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Black Friday deve crescer acima de 10% em 2015, mesmo com um ano difícil

Por Gabriel Drummond (*) | 25/11/2015 07:57

Mesmo com o cenário de incerteza econômica e a sensível tendência de desaceleração do consumo, a Black Friday 2015 deverá ter um aumento de mais de 10% de faturamento em relação a 2014, de acordo com a Busca Descontos, empresa organizadora do evento. Nesta edição, a previsão é de um faturamento de, aproximadamente, R$ 978 milhões ante a R$ 872 milhões, em 2014. Já no ano passado, a Black Friday alcançou um faturamento quase 50% superior ao alcançado no ano anterior. Ou seja, a data só tem crescido e ganhado mais importância no calendário oficial do varejo.

Além disso, o ecossistema do e-commerce como um todo já cresceu mais de 80x desde 2001, de acordo com Vivianne Vilella, Diretora Executiva do E-commerce Brasil. O grande número de novas lojas, em especial em 2015, deve-se à entrada de marcas que passaram a acreditar nas vendas online como alternativa às oito quedas mensais seguidas do varejo físico neste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. E, claro, ninguém vai querer ficar de fora da oportunidade de vender mais com o apelo da Black Friday.

Neste contexto, a dúvida que fica é se o comércio eletrônico brasileiro - desde o pequeno até o grande player - a esta altura, já se estruturou para a demanda que terá em um período tão concentrado (o Black Friday já deixou de ser apenas uma sexta-feira e agora toma cerca de 8 dias). As lojas devem estar cientes de que, para aproveitar ao máximo a oportunidade, irão precisar testar sua capacidade de vendas e, claro, de entregas.

Para aproveitar o pouco tempo hábil que as lojas ainda têm, elenquei alguns pontos aos quais recomendo ter foco. Internamente, a empresa precisa garantir sua capacidade de processamento e despacho de pedidos em um prazo razoável. É normal utilizar horas extras, dobrar turnos ou mesmo contratar temporários para reforçar áreas de picking, packing e expedição. Estoques também podem ser reorganizados para facilitar a vazão de produtos que são as apostas da promoção.

Ainda assim, a principal fonte de problemas é externa, onde o nível de controle cai drasticamente. O desafio é garantir que as transportadoras entreguem no prazo acordado, mantendo sua qualidade, sem danos a produtos, extravios etc. Para isso, é crucial ter visibilidade do processo - tanto do que é informado pela transportadora (sistemas de rastreamento) quanto do ponto de vista do consumidor (satisfação de compra e feedbacks). E o trabalho não termina com a entrega. Deve-se analisar os resultados observados e aprender com os erros e acertos, não só para a preparação para o próximo pico - o Natal, por exemplo -, mas, inclusive, para negociações futuras com as transportadoras.

(*) Gabriel Drummond, 34 anos, é co-fundador da Intelipost, plataforma de tecnologia para a gestão e otimização de fretes fracionados.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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