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Do capital humano

Por Heitor Freire (*) | 31/10/2019 10:59

Deus, em sua sabedoria imensurável, fez da criação do Universo e de todas as criaturas uma demonstração muito clara da sua Inteligência Infinita, da qual o ser humano é o mais perfeito exemplo.

Um dos mais bem dotados artistas de todos os tempos, Leonardo Da Vinci (l452-l519), que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico, soube expressar com sua genialidade congênita o corpo humano.

Atualmente Leonardo tem 160 obras expostas no Museu do Louvre, em Paris, que representam o seu universo criativo e se perpetuam no tempo e no espaço. Uma de suas obras mais conhecidas é o desenho do “Homem Vitruviano”, de 1492, uma ilustração que mostra um corpo humano de proporções perfeitas, com os braços e as pernas estendidos dentro de um círculo e de um quadrado.

Esse desenho retrata com fidelidade a majestosa criação de Deus, e representa a perfeição do corpo humano que se constitui no elemento precioso para manifestação do homem na encarnação terrena.

A partir da década de 1950, nos Estados Unidos, um professor de economia da Universidade de Chicago, Theodore W. Schultz, elaborou a teoria do capital humano como fator de produção, o que lhe deu o prêmio Nobel de Economia em 1968.

Aplicada ao campo educacional, a ideia de capital humano gerou uma concepção tecnicista sobre o ensino e sobre a organização da educação, o que acabou por revelar seu real objetivo: ou seja, ele equiparou a criação divina ao capital e ao trabalho numa equação perversa e material, como se fossem todos meros fatores de produção.

O ser humano é o principal ativo da humanidade e, consequentemente de todas as organizações. Visto e considerado como capital humano – mero fator de produção –, que pode ser aprimorado e gerar mais capital para a empresa, isso acaba deturpando a finalidade divina do homem e o torna um simples componente de uma estrutura que visa primordialmente o lucro.

Sabemos que os processos só funcionam se houver profissionais dispostos a entregar um resultado que faça sentido para a empresa. Nesse cenário, a gestão do capital humano é de extrema importância, cabendo aos líderes e ao setor de gestão de pessoas conduzir de forma adequada aquele que é um dos maiores ativos de qualquer empreendimento. O que não pode acontecer é a materialização do processo, porque o capital humano é muito mais do que apenas pessoas.

Deve-se considerar a educação, a cultura e a filosofia da vida humana para compor um conjunto, aí sim de fatores positivos que concorrerão para o desenvolvimento do ser humano e sua destinação verdadeira no processo inteligente e divino da evolução espiritual, despertando talentos e humanizando o ambiente de trabalho.

O que se deve priorizar é a aplicação do conhecimento, experiência e talento para contribuir para o aprimoramento do ambiente profissional. O que não pode ocorrer é a aplicação da definição literal de que o capital humano seja compreendido apenas em termos econômicos. Por essa razão, o valor do capital humano é a soma de uma série de características que não devem ser consideradas isoladamente.

A incapacidade da organização de identificar profissionais com a combinação necessária de habilidades e competências pode afetar todo o negócio. Logo, se uma empresa pode investir em novas tecnologias para aperfeiçoar seus processos internos, ela pode e deve identificar os talentos que demonstrem habilidades para exercer determinada função.

Isso torna possível que a organização tenha acesso a um conjunto de aptidões mais abrangentes referentes ao capital humano, sem necessidade de contratar outros funcionários. Ao mesmo tempo, a empresa contribui para aumentar o valor intrínseco de cada um desses indivíduos.
E aí acaba se transformando num incentivo constante para todos os seus funcionários que se sentirão valorizados e estimulados ao crescimento individual.

(*) Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.

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