Hotel Campo Grande: novo residencial
Está no caminho certo a gestão do prefeito Marquinho Trad e toda sua equipe ao buscar transformar o prédio do antigo Hotel Campo Grande em apartamentos residenciais. Primeiramente devemos destacar que o imóvel encontra-se ocioso há anos, não gerando nenhuma receita tributária para o município, não criando empregos e sem perspectiva comercial alguma de natureza privada, ou seja, um monumento ao desperdício social e econômico que, segundo o próprio prefeito, corre o sério risco de implodir.
Hoje ele é o alter ego do próprio centro, tem estrutura, tem potencial, mas não deslancha.
Nesta proposta existe a possibilidade real de oferecer uma solução racional, social, econômica, para aquele espaço, observando o que preconiza a nossa própria Constituição Federal que afirma em seu Art. 5°, XXII que a todos é garantido o direito de propriedade, mais precisamente no inciso XXIII, que a propriedade atenderá sua função social.
Socialmente, de que adianta termos um centro revitalizado porém desabitado? Apesar de contar com uma excelente infraestrutura, o centro da cidade tem uma reduzida densidade populacional - a menor de Campo Grande.
Além desse olhar social da administração, temos que sopesar o aspecto econômico. Construir um novo conjunto habitacional dotado de infraestrutura custaria quanto ao poder público? E o planejamento urbano: em que local o novo conjunto habitacional seria construído? É preciso lançar um olhar estratégico sobre essas questões, não podemos apenas olhar a árvore, mas a floresta.
Economicamente, socialmente, urbanisticamente, a opção de transformar o antigo Hotel Campo Grande em um prédio residencial é muito mais favorável. Tem-se que ressaltar o fato de que nenhum futuro adquirente (mutuário) receberá nada de graça, pelo contrário, serão compradores, irão adquirir e pagar as prestações, tudo dentro de um contrato estabelecido de forma criteriosa e em consonância com a lei.
Outra questão que tem gerado preocupação reside sobre o perfil sócio econômico dos futuros residentes do empreendimento: o público-alvo desse tipo de empreendimento não pode ser pessoas de alto poder aquisitivo, para continuar mantendo a lógica da especulação imobiliária, adquirindo três ou quatro unidades e depois revendendo-as.
Os futuros proprietários devem ser trabalhadores, de preferência que trabalhem já no centro da cidade,
Com estas medidas, Campo Grande vai ter o centro revitalizado e humanizado que há tanto tempo merece.
(*) Marcos Alex Azevedo de Melo é historiador e ex-vereador de Campo Grande.
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