O direito é seu: vote consciente no dia 15
Apesar dos pesares, de um ano extremamente difícil, marcado por centenas de milhares de mortes (a cujos familiares hipoteco minha irrestrita solidariedade) e milhões de contaminados pelo coronavírus no Brasil, o fato é que estamos na iminência de mais um importante pleito eleitoral, desta feita para escolhermos nossos representantes nos municípios.
Quero aqui pontuar o seguinte: em uma efetiva democracia, entre nós reconquistada às duras penas, sobretudo a partir do advento da Constituição Federal de 1988, o detentor do poder é o povo (artigo 1º, parágrafo único, da CF), em responsável exercício de cidadania (artigo 1º, III, da CF), cabendo a ele, diretamente, sem intermediários, “separar o joio do trigo” e eleger, com muito critério e redobrada cautela, seus representantes.
O próprio eleitor PODE e DEVE decidir e determinar quem, de fato, possui ou não conduta ética, senso de responsabilidade, sensibilidade social, tolerância para com os “diferentes” e capacidade suficiente para exercer o poder que dele emana.
As eleições, o “sagrado” direito ao voto, devem ser levados a sério, mesmo porque não há “cláusula de arrependimento”, posto que o candidato democraticamente eleito, seja ele quem for, salvo exceções de perda do cargo, atuará até o término do mandato para o qual foi eleito pelo POVO.
É preciso não olvidar que no Brasil e em qualquer Estado Democrático de Direito ninguém nasce político, nasce vereador, prefeito, governador ou presidente. Todos eles, indistintamente, foram e são eleitos por nós e, justamente por isso, exercendo com responsabilidade este nosso dever cívico, podemos bem selecionar quem nos dará voz e vez!
Cuida salientar, outrossim, que os políticos, tal como ocorre em qualquer outra atividade humana, NÃO SÃO TODOS IGUAIS! Existe muita gente séria, digna, responsável e preparada para bem nos representar.
Compete a nós e a mais ninguém fazer a devida distinção entre os políticos sérios e os não sérios; entre os éticos e os não éticos; entre os dignos e os não dignos; os capazes e os incapazes.
A responsabilidade para bem escolher os candidatos a serem eleitos em 15/11/20 é NOSSA, é do eleitor, é do dono do poder!
Exerçamos, pois, com enorme senso de responsabilidade este nosso relevantíssimo papel democrático, honrando, inclusive, a memória de tantos que contribuíram, ao longo da nossa história, para o aperfeiçoamento de nossas instituições e o fortalecimento de nossa cidadania.
Bons votos a todos, sem nos esquecermos das regras OBRIGATÓRIAS de biossegurança!
*Roberto Ferreira Filho é juiz de Direito da 53ª Zona Eleitoral e da 1ª Vara Criminal de Campo Grande.