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Um espetáculo consagrador

Por Heitor Rodrigues Freire (*) | 04/10/2017 18:05

No dia 28 de setembro último, no Teatro do Prosa, com casa cheia, Maria Alice Garcia Martins, fazendo atença com o tempo, lançou o seu mais recente trabalho, o CD Sertões, em que fiel, às suas origens e à sua carreira de cantora talentosa, apresentou um repertório voltado inteiramente para o cancioneiro sertanejo. Nascida no Rio de Janeiro, passou a infância no Ceará, estado de origem de seu pai, Manoel Martins Neto, e a adolescência e juventude em Maracajú, terra de sua mãe Marcy Garcia Martins.

No texto que assina na apresentação do CD, Maria Alice diz: “A música brasileira sempre foi muito presente em minha casa e se constitui como principal referência na minha formação musical e atuação como cantora. As fortes memórias afetivas ligadas às músicas sertanejas, aquelas que trazem referências temáticas do interior, me fizeram
realizar este trabalho”.

São 16 faixas abrangendo desde suas origens nordestinas, passando pelas músicas de nosso estado, sem esquecer a influência da colônia paraguaia. Como dizem os latinos “Multos capit musica”, ou seja, a música agrada a muitos. O
show foi sucesso de crítica e de público. Grande parte da plateia cantou com Maria Alice, participando de forma entusiástica do espetáculo.

No palco, músicos de renomada experiência e reconhecimento por suas carreiras: Antônio Porto, Néio de Jesus, Ivan Cruz, Renan Nonato, Felipe Ceará e Pedro Ortale. Participaram também, na parte final do show, os consagrados músicos e amigos de muitas jornadas da Maria Alice, o casal Marcos Mendes e Maria Cláudia.

Foi saudada com emoção, carinho e alegria, a entrada do iniciante João Pedro Ortale, filho de Maria Alice com Pedro Ortale. O pai, por sua vez, não conseguiu disfarçou a emoção sentida pela participação de João Pedro, enxugando discretamente uma lágrima.

Pedro Ortale fez a direção musical do espetáculo com sofisticação e leveza, procurando respeitar as versões originais de cada música. Ouvimos e vibramos com Poeira, Sabiá, Forró no Escuro, Tristeza do Jeca, Sete Cantigas para Voar, Assum Preto, Kalu, Amargurado, Sonhos Guaranis, Saudade, Rio de Lágrimas, Peão de Amor, Qui Nem Jiló. Não faltaram também Mercedita, Ndéve Guará Santani, do cancioneiro correntino e guarani. E ainda interpretou aquela que considero um dos hinos do nosso povo, A Matogrossense, que levantou o público, que cantou junto com Maria Alice.

Na plateia, gente de todas as partes, do Ceará, de Maracaju, amigos, parentes, compositores, admiradores de longa data, que vibraram intensamente durante todo o espetáculo.

Na parte invisível, nos bastidores, entre outros, na fotografia, Elis Regina Nogueira; no projeto gráfico, Lula Ricardi; na revisão de textos, Marco Antonio Storani; na iluminação Camila Jordão; no cenário e figurino, Telumi Hellen; na produção, Gustavo Cegonha e sua equipe. Na direção geral, Marruá Arte e Cultura com Belchior Cabral na
direção de produção e Andréa Freire, na produção executiva.

No encarte do CD, mais uma inovação marcante: em vez de publicar as letras das músicas, a cantora optou por fazer um histórico dos autores. Foi uma maneira original e carinhosa de reconhecimento e homenagem aos compositores.
Por último e não menos importante, há a participação do SESC, hoje um dos principais patrocinadores e incentivadores da cultura em nossa cidade. Que se espera seja um exemplo a inspirar as demais instituições da nossa capital.

Desse somatório todo resultou um espetáculo consagrador. Obrigado Maria Alice.

(*) Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.

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