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Cidades

Aulas voltam presenciais em escolas particulares e on-line na rede pública

Rede estadual e municipal mantêm ensino remoto, enquanto particulares podem funcionar com 50% da capacidade

Paula Maciulevicius Brasil | 05/04/2021 08:15
Escolas particulares retomam a partir de hoje as aulas presenciais na Capital. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Escolas particulares retomam a partir de hoje as aulas presenciais na Capital. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

Após duas semanas de decretos, o primeiro municipal e o segundo estadual, alunos da rede pública têm aulas apenas remotas a partir desta segunda-feira (5). As escolas particulares também retornam, mas mantendo ensino presencial com a opção híbrida, para rodízio de alunos ou famílias que optarem pelo sistema on-line.

Nas escolas estaduais, não há previsão de retorno presencial, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação, porque se trata de uma comunidade escolar com mais de 200 mil pessoas. A volta também está atrelada às orientações do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia).

As aulas seguem pelos mesmos aplicativos usados no ano passado e com suporte das escolas pelo WhatsApp. Na Capital, as aulas ficaram suspensas durante duas semanas, a primeira por se tratar de feriados antecipados e a segunda por opção da Secretaria, porque seriam apenas quatro dias e logo haveria o feriado de Páscoa.

Na rede municipal, as aulas já estavam acontecendo remotamente desde a semana passada, durante o decreto do Governo do Estado. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação, as aulas presenciais seguem suspensas até o dia 1 de julho.

Nas instituições particulares de ensino, as escolas podem abrir as portas para aulas presenciais a partir de hoje, seguindo o mesmo limite já estabelecido em decreto, com 50% da capacidade das salas, observando o distanciamento e o plano de biossegurança traçado por cada instituição, além da forma híbrida para atender as famílias que desejam manter crianças e adolescentes em casa.

Já as universidades particulares, segundo a presidente do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul) Maria da Glória Paim Barcellos, estão resguardadas por uma orientação do Conselho Nacional de Educação de permanecer a distância.

Daniel estudando gramática em casa, pelo menos enquanto o número de casos não reduz. (Foto: Arquivo Pessoal)
Daniel estudando gramática em casa, pelo menos enquanto o número de casos não reduz. (Foto: Arquivo Pessoal)

Exceção - Apesar da liberação das aulas presenciais, tem aluno de cursinho mais preocupado com a covid do que a aprovação em vestibular. Na turma de gramática do curso paralelo do cursinho Refferencial, ministrada pelo professor Ascanio Bottini, a maioria dos estudantes preferiu continuar em casa diante do alto número de casos da covid-19.

Nesse domingo (4), particularmente triste para o professor que se despediu do baterista Pimpo, morto pela covid, Ascanio sentiu orgulho da turma que, percebendo a gravidade da situação, iniciou uma mobilização para que as aulas fossem mantidas a distância, pelo menos nesta semana.

"Na minha turma tem mais de 100 alunos e eu disse que não daria aulas presenciais, porque a coisa está muito feia, com morte para tudo quanto é lado, e que eu mandaria as aulas gravadas, como estava fazendo nas últimas semanas. Alertei sobre os cuidados, que a covid não está pegando só gente idosa", comenta o professor.

De imediato, ele viu a mobilização de alunos que aderiram às aulas remotas, muitos porque viram a covid levar familiares.

Engenheiro metalúrgico, Daniel de Souza, de 25 anos, voltou a estudar para tentar Medicina e foi um dos primeiros a endossar a iniciativa de ficar em casa. "Sinceramente eu não me sinto seguro e percebo a pressão em cima dos professores, principalmente dos que dão aulas no ensino privado, e me solidarizo com eles. Na minha família temos professores, então eu venho isso de perto", afirma.

Das aulas on-line, Daniel diz que tem se adaptado muito bem, mas que também entende os colegas que não veem com a mesma facilidade. "Só que o principal é a saúde, não adianta ter aula presencial e você pegar a doença e passar para os seus familiares, acaba que a sua dedicação para ser aprovado não vai valer de nada. O primordial é a saúde e você consegue estudar em casa, se esforçando mais preservando a sua vida e dos seus familiares", acredita.

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