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Cidades

Avião pego com cocaína em SP é de piloto do MS, preso por tráfico há 14 anos

Pelo flagrante de 2007, corumbaense respondeu pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico

Anahi Zurutuza | 03/08/2021 19:28
Monomotor onde foi flagrada carga de cocaína, em 2007. (Foto: Denarc-SP/Divulgação)
Monomotor onde foi flagrada carga de cocaína, em 2007. (Foto: Denarc-SP/Divulgação)
Aeronave registrada em nome de piloto de MS, que já foi preso por tráfico. (Foto: Ficco/Divulgação)
Aeronave registrada em nome de piloto de MS, que já foi preso por tráfico. (Foto: Ficco/Divulgação)

O monomotor Cessna Aircraft, de modelo 182P e prefixo PT-IMY, flagrado no interior de São Paulo com carga de cocaína avaliada em R$ 15 milhões, está registrado em nome de piloto corumbaense que já teve o nome envolvido, pelo menos, duas vezes em esquema de tráfico de cocaína. Hoje, com 77 anos, Luiz Augusto de Barros Lima foi preso há 14 anos, em ocorrência muito parecida com a registrada na tarde dessa terça-feira (2), em aeroporto de Ituverava (SP).

Em 2007, o dono da aeronave foi pego, também no interior de São Paulo, pilotando outro monomotor – um Cessna Aircraft 210L, matrícula PT-JIC – abarrotado de entorpecentes.

O flagrante de mais de uma década foi num 18 de outubro, em Guararapes (SP). No avião conduzido por Luiz Augusto, à época, com 63 anos, policiais do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos) do estado vizinho encontraram 200 kg de cocaína.

Droga apreendida em flagrante de 14 anos atrás. (Foto: Denarc-SP/Divulgação)
Droga apreendida em flagrante de 14 anos atrás. (Foto: Denarc-SP/Divulgação)

Na ocasião, também foram presos o proprietário do avião, José Alcir Batista, o colombiano Thel Castilho Cortes e o paraguaio Carlos Camposano Dias. O piloto sul-mato-grossense alegou que foi contratado para seguir da fronteira com a Bolívia até o interior de São Paulo e não sabia qual era a encomenda, conforme matéria publicada pelo Campo Grande News.

A polícia de São Paulo informou que, contudo, a rota do tráfico estava sendo investigada há três meses e por três dias, os policiais civis montaram campana no Aeroporto Internacional de Guararapes, região de Araçatuba, para flagrar o carregamento.

Luiz Augusto já era reincidente. Em 2002, havia sido foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão, porque fora flagrado com 104 quilos de cocaína na região do Pantanal.

Pelo flagrante em 2007, o corumbaense respondeu pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Até 2011, ele ficou preso em Lavínea (SP), foi transferido para a Capital e depois, teve a pena perdoada por estar com sérios problemas de saúde (indulto humanitário).

Registro na Anac mostra que avião apreendido ontem está no nome de corumbaense (Foto: Reprodução)
Registro na Anac mostra que avião apreendido ontem está no nome de corumbaense (Foto: Reprodução)

Flagra recente – A operação da FICCO (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) de Uberaba (MG), força-tarefa que contém integrantes da Polícia Federal, com participação das polícias Rodoviária Federal, Civil e Militar de Minas Gerais, nessa terça-feira, prendeu três pessoas. Pilotando o monomotor de propriedade do piloto corumbaense, estava um jovem de 22 anos, acompanhado da namorada, de 23.

O casal foi preso junto com o condutor de uma caminhonete, de 32 anos, que aguardava na pista do aeroporto para receber a droga. Os dois rapazes, que não tiveram os nomes divulgados, são suspeitos de integrar associação criminosa ligada ao tráfico internacional de drogas.

As investigações tiveram início, conforme a força-tarefa, após equipes de fiscalização identificarem movimento atípico no aeroporto onde o flagrante foi feito, o que gerou troca de informações entre as policiais de Minas e São Paulo.

A aeronave estava carregada com 243 quilos de cloridrato de cocaína. Ao G1, o delegado da PF, André Gebrim Vieira da Silva, informou que, por ser uma droga de “alta qualidade”, o quilo custa cerca de US$ 12 mil. Convertido em reais, o preço do material apreendido ultrapassaria R$ 15 milhões.

O monomotor PT-IMY, onde estava a carga, tem Rab (Registro Aeronáutico Brasileiro) em nome de Luiz Augusto, conforme disponível em consulta pelo site da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). No cadastro, o avião está habilitado para o transporte privado até dezembro deste ano.

Ao Campo Grande News, o advogado Adilson Viegas de Freitas, que representa Luiz Augusto em ação da área cível, informou que o cliente é homem acamado e que, muito provavelmente, nem ficou sabendo da ocorrência no interior de São Paulo. Disse ainda não ter conhecimento de o cliente ser dono de aeronave. O advogado ficou de fazer contato com a família do piloto para informar a situação e saber se querem se manifestar.

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