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Cidades

Benzedor que “recebia espíritos” para estuprar enteadas é absolvido pela Justiça

Padrasto das vítimas dizia que os abusos faziam parte de uma sessão de benzedura

Jhefferson Gamarra | 08/09/2021 14:16
De acordo com a Justiça, não se obteve provas concretas que permitissem uma condenação do acusado. (Foto: Kísie Ainoã)
De acordo com a Justiça, não se obteve provas concretas que permitissem uma condenação do acusado. (Foto: Kísie Ainoã)

Homem, de 53 anos, foi absolvido pela Justiça da acusação de estupro de vulnerável das enteadas de 11 e 12 anos, ocorridos entre 2008 e 2009, em Selvíria, a 399 quilômetros de Campo Grande. O Ministério Público do Estado até recorreu da decisão, mas a absolvição foi mantida e publicada no Diário da Justiça, desta quarta-feira (8).

Conforme a denúncia, os abusos ocorriam durante sessões de benzedura feitas pelo padrasto. Durante os atos, o homem que convivia com a família há cerca de 10 anos, dizia que “recebia espíritos”, e levava as meninas para um matagal atrás do lote de sua residência e lá, cometia a sessão de abusos, alegando que era para o bem delas.

Para que as irmãs não denunciassem os estupros, que eram praticados com uma de cada vez, o padrasto as coagia, dizendo que se elas contassem sobre “benzimento” para alguém, o mesmo não surtiria efeito.

Na época em que o crime foi descoberto, as vítimas narraram o caso, afirmando que eram levadas para uma mata e obrigadas a se despirem. O padrasto, então, passava a mão pelo corpo e as estuprava, dizendo que fazia parte de ritual espiritual para cura de uma doença.

A mãe das meninas disse à Justiça que não percebeu nenhum comportamento estranho entre as filhas que, inclusive, chamam o autor de pai. A mulher disse apenas que o acusado não permitia amigos ou namorados das irmãs frequentassem a sua casa.

De acordo com a Justiça, apesar de existirem indícios iniciais de possível culpabilidade do autor, não se obteve provas concretas que permitissem uma condenação. Sendo assim, em março deste ano, o homem foi absolvido pelos crimes. Apesar do MPMS recorrer, a decisão foi mantida.

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