À solta na BR-262, animais atrapalham trânsito e donos são investigados pelo MP
PRF buscou o MPMS para tentar dar um fim aos riscos decorrentes da frequência das ocorrências
A "invasão" de animais de grande porte na BR-262, em trecho entre os Kms 345 e 352 tem causado dor de cabeça à PRF (Polícia Rodoviária Federal) que buscou o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para tentar dar um fim aos riscos decorrentes da prática.
Três donos de propriedades rurais margens da rodovia já foram identificados pela polícia e até notificados por omissão de cautela, mas os casos continuam ocorrendo, inclusive com acidentes e morte de animais. De 2018 até agosto deste ano, foram 26 casos, sendo três deles com danos materiais em veículos, ferimento de pessoas e morte dos bichos.
Conforme a reclamação da PRF, até ações conjuntas com a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de MS) foram realizadas nesse período, mas nem mesmo assim houve maior cuidado por parte dos donos para que evitassem o acesso dos animais à rodovia.
"Mesmo com as notificações, demandas ao serviço telefônico 191 não pararam. Viaturas continuam, quase que diariamente, sendo acionadas, com longos deslocamentos, para retirada de animais soltos às margens da rodovia, ou mesmo sobre o leito rodoviário", ressalta o comunicado da corporação ao MP.
Para a PRF, esse tipo de atuação causa prejuízos, "não só de ordem econômica, mas impedindo o emprego policial em outras atividades essenciais de combate ao crime e de fiscalização de trânsito, que deixam de ser realizadas para atender a essas ocorrências de animais soltos".
Conforme os detalhamentos de ocorrência da polícia, houve casos de até 20 animais estarem soltos nas proximidades da pista, inclusive pastando, sendo desde bovinos a equinos e burros.
Para a 34ª Promotoria de Justiça, que está responsável pelo caso, "resta evidenciada a necessidade de um trabalho conjunto dos diferentes órgãos e autarquias a fim de fiscalizar, coibir e sanar tais problemas".
O promotor Luiz Antônio Freitas de Almeida pediu informações junto ao IAGRO e também ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), quanto às medidas adotadas diante das reiteradas ocorrências e ainda solicitou apoio da PMA (Polícia Militar Ambiental) para verificar se as propriedades possuem estrutura suficiente para impedir o escape dos animais.