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Cidades

Casa que atende suicidas receberá também crianças vítimas de agressão

Secretário de Saúde informou a vereadores que Saúde terá serviço especializado

Maristela Brunetto e Jéssica Benites | 09/02/2023 11:17
Benites foi à Câmara falar a vereadores sobre atendimento às crianças. (Foto: Divulgação/Câmara)
Benites foi à Câmara falar a vereadores sobre atendimento às crianças. (Foto: Divulgação/Câmara)

O secretário de Saúde de Campo Grande, Sandro Benites, informou que a partir de 1º de março a Prefeitura vai disponibilizar atendimento especial para casos suspeitos de violência doméstica em uma casa de acolhimento que hoje é dedicada a atender crianças e jovens com pensamentos suicidas. Em virtude da repercussão do caso da morte de uma menina de 2 anos e sete meses no final de janeiro, ele foi esta manhã à Câmara de Vereadores relatar as medidas que a rede de saúde do Município vai adotar.

A rede de atendimento a crianças foi colocada em xeque diante das informações de que a menina era levada com frequência para postos de saúde, além de o pai, Jean Carlo Ocampo, ter revelado a busca por ajuda na Polícia Civil, Defensoria Pública e Conselho Tutelar.

Benites disse que a Prefeitura dispõe de três profissionais no serviço existente que têm condições de atuar no atendimento das crianças dentro da chamada escuta especializada, em que se tenta identificar se há situação de violência sem que precise expor a criança a sofrimento na revelação. Elas atuarão nesse serviço que será ativado, com funcionamento 24  horas por dia. O secretário não informou a localização da casa e se somente fará atendimento psicológico.

Conforme ele, não procede a informação de que a menina teria tido 30 atendimentos em postos de saúde. Teriam sido nove consultas, sendo três na ortopedia e outras situações como congestão nasal e uma queimadura, que segundo ele, foi atribuída a café quente, não gerando suspeita de violência. Benites ainda disse que a informação repassada a ele foi que ela sofreu uma torção e não fratura na perna, que estava engessada e motivou a ida do pai à Polícia Civil na época, em 22 de novembro do ano passado, pedindo a abertura de investigação. O secretário informou que foi aberta sindicância para investigar se houve omissão.

Depois da morte da criança, houve uma reunião com todos os atores da chamada rede de proteção, que envolve o sistema de justiça, conselheiros tutelares e serviços públicos. Na ocasião, cada setor ficou de adotar suas providências para aperfeiçoar os serviços. O secretário disse que esteve em contato com o Judiciário e o Ministério Público e que as ações vão envolver as três esferas da Administração- Município, Estado e União.

A prefeitura vai capacitar seus funcionários para que tenham condições de perceber sinais de que as crianças sofrem violência. O CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) informou ontem à reportagem do Campo Grande News que tomou a iniciativa de realizar um curso com esta abordagem antes mesmo da morte da criança, após tentativas com o Município. Uma empresa foi contratada para curso com 100 vagas, para pessoas que atuam na rede pública e em entidades, faltando a indicação dos nomes.


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