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Cidades

Com adiamento do “Enem dos Concursos”, candidatos terão mais 1 mês para estudar

Ministra da Gestão, Esther Dweck, prevê que provas aconteçam em "um ou dois meses"

Por Anahi Zurutuza | 03/05/2024 17:21
Apostilas com conteúdo para o CNU são vendidas on-line (Foto: Paulo Francis)
Apostilas com conteúdo para o CNU são vendidas on-line (Foto: Paulo Francis)

Com o adiamento do CNU (Concurso Nacional Unificado), que ficou conhecido como “Enem dos Concursos”, anunciado na tarde desta sexta-feira (3), candidatos terão mais tempo para se preparar para as provas. Nova data ainda não foi marcada, mas durante coletiva de imprensa, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, deu indícios que o certame só deve acontece em um ou dois meses.

Ao ser questionada sobre quanto tempo a mais o quadro de servidores do Governo Federal ficará desfalcado, já que a intenção é fazer 6,4 mil contratações com o concurso, ela fez a previsão. “A gente não tem noção de quanto se vai adiar [o preenchimento das vagas], porque depende da data da realização da prova, mas a gente imagina que diante da situação [catástrofe no Rio Grande do Sul], o prazo, que pode ser um mês, dois meses, não dá para dimensionar neste momento, é muito pequeno diante da segurança desse processo e da integridade das pessoas que farão a prova”, afirmou, completando que “todos os ministros que têm vaga neste concurso estão cientes do impacto”.

A ministra também citou quais critérios serão usados para a escolha da nova data: além de aguardar que o Rio Grande do Sul saia do estado de calamidade, a logística para a aplicação do exame. “São várias questões envolvidas. Tem sim a questão do Rio Grande do Sul, mas não é a única dimensão. A gente tem toda a logística: são 65 mil salas, que a gente precisa garantir que elas estejam disponíveis, em mais de 4 mil locais de provas, tem 200 mil pessoas envolvidas e a gente precisa garantir que essas pessoas estarão disponíveis numa nova data. Então, por isso que a decisão de uma nova data não pode ser tomada hoje”, disse, ao responder jornalista.

Esther Dweck afirmou que o governo decidiu fazer o anúncio do adiamento na véspera do fim de semana da prova porque buscava maneira de não ter de cancelar o concurso marcado para o próximo domingo, 5 de maio, mas que diante do agravamento da situação no Rio Grande do Sul, não foi possível.

A ministra explicou ainda que a maior parte dos participantes mora a no máximo 100 km do local de prova. Por isso, o prazo estabelecido pelo Ministério da Gestão para anunciar o adiamento era esta sexta-feira (3), já que pelos cálculos da organização, a maioria dos que precisa viajar começaria o deslocamento neste sábado, dia 4. “A gente tentou ao máximo garantir a prova porque a gente tem 2 milhões e 50 mil inscritos de fora do Rio Grande do Sul e a gente tem compromisso com todo mundo, mas hoje realmente se tornou inviável realizar a prova e a gente acha que foi a decisão tomada no momento certo, no limite do que era possível para evitar deslocamentos desnecessários”.

Com 2.144.435 de candidatos inscritos no Brasil, 34 mil optaram por fazer as provas em Mato Grosso do Sul.

Ministra Esther Dweck durante coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (3) (Foto: CanalGov)
Ministra Esther Dweck durante coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (3) (Foto: CanalGov)

O anúncio - O Governo Federal confirmou, às 14h29 desta sexta-feira (3), o adiamento do CNU. “A gente construiu um acordo para preservar a integridade do concurso e a sua concepção democrática dele e a gente chegou à conclusão que a solução mais segura para todos os candidatos é o adiamento da prova", afirmou Esther Dweck em pronunciamento oficial.

Mais cedo, a hipótese de cancelar as provas do domingo, segundo apurou a jornalista Vera Magalhães, do jornal O Globo, dividiu o governo, entre os que defendiam nova data, por questão de humanidade, diante da devastação enfrentada no Rio Grande do Sul – onde enchentes mataram 37 pessoas, deixaram pelo menos 74 desaparecidas e milhares de desabrigadas, além de haver sérios problemas para locomoção – e os que apontavam os transtornos que a postergação provocaria.

Houve ainda a possibilidade de adiar as provas apenas nos locais atingidos, mas a insegurança jurídica pairou, ainda segundo apurado pelo jornal O Globo, porque, diferentemente do Enem, não existe um banco de provas disponível para o CNU, que será realizado pela primeira vez. Com isso, o risco de se realizar exame com grau de dificuldade diferente da original para os inscritos no Rio Grande do Sul era alta, o que aumentaria o já elevado risco de judicialização.

A ministra explicou que a medida reforça o compromisso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a democracia. "Não deixar ninguém de fora", referindo-se também à calamidade das chuvas no Rio Grande do Sul, que impede os candidatos daquele estado até de pensar no exame.

Ela também comentou da segurança jurídica. "Essa é uma decisão que preserva a todos os candidatos". A nova data deve ser divulgada nas próximas semanas.

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