Condenado a 34 anos e preso, traficante “engordava” patrimônio com empresas
Realizada em dezembro, a operação da PF sequestrou mais de R$ 11 milhões em bens
Protagonista da operação Areia Branca, realizada em dezembro pela PF (Polícia Federal) de Corumbá, Jorge Luís da Silva é condenado a mais de 34 anos, está preso na Penitenciária Federal de Mossoró (Rio Grande do Norte) e continua engordando o patrimônio com a criação de empresas, expediente para lavar dinheiro do tráfico de cocaína.
De acordo com a investigação, o traficante, conhecido como “Bolão”, “continuaria comandando a organização criminosa, obtendo grande evolução patrimonial, que levou a realização de grandes investimentos em atividades econômicas, com a criação de empresas em nome de terceiros, inclusive com registro de bens em nome destes, em continuidade ao crime de tráfico de drogas e consequentes atos típicos de lavagem de ativos”.
Os detalhes da organização criminosa foram destacados pelo MPF (Ministério Público Federal) à 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, que negou pedidos de liberdade provisória para dois alvos da operação, sendo um deles empresário classificado como “braço direito” do traficante.
Proprietário, ao menos no papel de uma empresa de transportes em Campo Grande, o preso é apontado como braço financeiro da organização. A ele, caberia pagamentos e transferências, recrutar “laranjas” para figurar como proprietários dos bens da organização, receber os motoristas encarregados dos transportes de drogas, contatar doleiros e ocultar o patrimônio de Jorge Luís.
Areia Branca – Conforme a investigação, o dinheiro da cocaína entrava no mercado formal também por meio de duas empresas do ramo de construção, sendo um areeiro. Localizada em Corumbá, as empresas estão em nome de familiares do traficante.
Segundo a investigação, o areeiro “teria sido adquirido e equipado com o dinheiro proveniente do tráfico de entorpecentes para tornar uma fonte secundária de financiamento das despesas da família”.
Realizada em 2 de dezembro, a operação sequestrou mais de R$ 11 milhões em bens móveis e imóveis da organização criminosa. A ação policial se espalhou por Corumbá, Campo Grande, Vitória, Serra e Itapemirim. Sendo as três últimas cidades localizadas no Espirito Santo.
As investigações começaram em 2018 ,após a Polícia Federal em Corumbá receber informações sobre atuação de traficante internacional, listado à época como um dos seis mais procurados no Brasil. Jorge Luís estava foragido na Bolívia e comandada o envio de cerca de 3 toneladas/mês de cocaína para Brasil. O destino final da droga era a Europa.