De emprego a corte de cabelo, instituições se unem para atender população de rua
Evento é alusivo ao Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua
Vários setores públicos e da sociedade civil se uniram para levar diferentes atendimentos às pessoas em situação de vulnerabilidade, na tarde desta segunda-feira (19), na arena do Horto Florestal em Campo Grande. Promovido pela Defensoria Pública do Estado, a ação é alusiva ao Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua.
Segundo a defensora Thaísa Defante, coordenadora do Nudedh (Núcleo de Direitos Humanos), o objetivo não é apenas levar assistencialismo para quem está em uma situação delicada, mas oferecer serviços que façam sentido e promovam a saída das ruas.
"Quando a gente faz uma ação assim, esperamos o desenvolvimento de uma política pública que realmente faça sentido para a população em situação de rua. Achamos esse trabalho muito bonito, porque conseguimos unir a sociedade civil, instituições para prestação e atendimento na hora, porque quem está com fome quer agora", destaca.
Os atendimentos foram de oportunidades de emprego a cortes de cabelo, além de alimentação e orientação para atendimento em todos os setores públicos. A expectativa é que mais de 200 pessoas sejam atendidas até às 18h, mas não é possível apontar um número exato, já que é um público muito diversificado, como explica a subsecretária Priscilla Justi, da Subsecretaria Municipal de Defesa dos Direitos Humanos.
"A interlocução entre as secretarias é para que o objetivo seja fornecer serviços de dignidade para pessoa em situação de rua. Não é possível apontar um número do público porque eles são rotativos, têm as pessoas que estão no Centro Pop, que passam o dia lá, cerca de 150, mas também tem a demanda das pessoas da rua que vem para ação. Por isso acreditamos que vamos alcançar umas 200 hoje aqui".
Um dos atendidos é Elídio Cordeiro, de 43 anos, que saiu de Curitiba (PR) para passar uns dias em Campo Grande, antes de começar o novo trabalho no Mato Grosso. "Acabou o dinheiro e ainda não deu para eu começar na fazenda, então fico no albergue público. Aproveitei para vir cortar o cabelo e passar pelo atendimento no dentista. Fiquei bem impressionado, porque nas cidades que já morei, nunca vi nada parecido. Se precisa de alguma coisa é só pagando", compartilha.
Já a boliviana Mariela Gomes, de 33 anos, se orgulha muito da sua evolução e acredita que em breve estará na própria casa. "Vim da Bolívia tem seis anos e, desde então, vivo na rua. Não tenho vergonha de dizer que já usei drogas, mas estou cada vez mais perto de sair dessa condição, graças a todo apoio que recebi aqui. Logo estarei com a minha casinha e família junto comigo", termina.
Para não esquecer - Em 19 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, em referência ao “Massacre da Sé”, que aconteceu em 2004, no qual sete pessoas foram assassinadas e oito ficaram gravemente feridas enquanto dormiam na região da Praça da Sé, na capital paulista.
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