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Cidades

Despedida de policial tem sirenes, carro dos bombeiros e aplausos

Daiane Polesel Garcia morreu aos 39 anos em Glória de Dourados, no sul de MS

Anahi Zurutuza | 07/03/2022 17:34

A despedida da investigadora da Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira) de Mato Grosso do Sul, Daiane Polesel Garcia, 39, que morreu neste domingo (6), em Glória de Dourados, teve cortejo com direito a carro do Corpo de Bombeiros, viaturas da Polícia Civil com as sirenes ligadas e aplausos pelas ruas da cidade.

O corpo de Daiane foi velado no Memorial Unipax, em frente aos Correios da cidade, que fica a 282 km de Campo Grande. O sepultamento estava marcado para as 16h.

Daiane teria tirado a própria vida, embora a causa da morte não tenha sido divulgada pela Polícia Civil ou pela família. "O mal que assola nossa profissão fez mais uma vítima", disseram colegas nas redes sociais ao lamentar a morte da investigadora.

Conforme divulgado pela corporação, Daiane era policial desde 2014 e esposa do escrivão de Polícia João Marcos Garcia, também lotado na Defron.

Investigadora da Polícia Civil de MS, Daiane Polesel Garcia em foto divulgada nas redes sociais. (Foto: Facebook/Reprodução)
Investigadora da Polícia Civil de MS, Daiane Polesel Garcia em foto divulgada nas redes sociais. (Foto: Facebook/Reprodução)

Sexto caso - Este é o sexto caso de suicídio envolvendo profissionais da segurança pública no Estado este ano. Foram cinco em apenas 30 dias. A triste estatística reforça um ponto já bem claro para quem atua na saúde mental: o grau de estresse de certas profissões agrava sintomas preexistentes.

“A gente precisa de maiores pesquisas nas áreas, mas médicos, policiais militares, civis e penais sofrem grau de estresse que pode agravar sintomas. Não significa que a profissão em si vai causar isso, mas ela tem grau de estresse capaz de agravar ou desencadear sintomas preexistentes. E o risco de suicídio é maior nos quadros graves”, afirmou o psiquiatra Marcos Estevão em entrevista ao Campo Grande News nesta manhã.

Presidente da ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares), Mário Sérgio do Couto afirma que os policiais são treinados como máquinas, têm apenas três segundos para decidir tomar atitude letal ou não.

“O estresse é enorme, chega na faixa da exaustão. Vem a depressão, que leva ao suicídio. O policial militar tem três segundos para tomar uma decisão. Imagina, passar 20 anos decidindo em três segundos. O delegado tem 40 dias para fazer um inquérito, um juiz tem seis meses para julgar”, comparou.

Ajuda - Em Campo Grande, o Grupo Amor Vida (GAV) presta um serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise através dos telefones (67) 99266-6560 (Claro) e (67) 99644-4141 (Vivo), todos sem identificador de chamadas. Ligue sempre que precisar! Horário de funcionamento das 7h às 23h, inclusive sábados, domingos e feriados. Informações também pelo site (clique aqui).

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