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Cidades

Destaque no mapa, MS tem a 2ª maior incidência de dengue e 4ª de chikungunya

Estado fica atrás apenas do Espírito Santo quanto à ocorrência de casos, segundo painel do Ministério da Saúde

Cassia Modena | 06/05/2023 10:05
Árvores de terreno na Capital são única cobertura para sucatas de veículos, que acumulam água e expõe vizinhança à dengue (Foto: Direito das Ruas)
Árvores de terreno na Capital são única cobertura para sucatas de veículos, que acumulam água e expõe vizinhança à dengue (Foto: Direito das Ruas)

Com inúmeras anotações de protocolos de atendimento reunidas em um caderno, os moradores dos bairros Monte Castelo e Coronel Antonino, em Campo Grande, não descansam quando tem epidemia de dengue na Capital. A preocupação, em especial, são três terrenos onde funciona um desmanche de veículos a céu aberto na região.

Os protocolos anotados são registros de denúncias feitas pela vizinhança há dois anos, pelo menos. "O local serve como criadouro de mosquitos Aedes aegypti, ratos e escorpiões. Ligamos para prefeitura e pedimos providências, mas nada é feito. Dizem que as atividades do desmanche são regulares, mas no site do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) consta que não", diz uma moradora que não se identifica por temer represálias.

Um dos terrenos fica no encontro da Rua Uruguaiana com a Rogério Casal Caminha, onde ficava a "oca indígena", antigo ponto cultural e turístico da Capital que foi consumido por um incêndio, ocorrido no início dos anos 2000.

Cansada de ver a família e os vizinhos adoecerem e receberem o diagnóstico de dengue, a moradora denunciou o caso ao Ministério Público Estadual este ano. "É muito triste. Estamos quase sem acreditar que vai ter resultado", lamenta. A mulher não quer se identificar, com medo de sofrer represálias do vizinho, proprietário do desmanche.

Segundo no País - A ocorrência de casos de dengue em Mato Grosso do Sul vem num ritmo crescente desde o início do ano e é a segunda maior do País neste momento, atrás apenas do Espírito Santo.

Os dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, atualizado pelo Ministério da Saúde até esta sexta-feira (5), mostram que o Estado tem 1.336,40 casos a cada 100 mil habitantes em sua 17ª semana epidemiológica do ano. Já no Espírito Santo, a incidência de casos é de 2.127,63.

Reprodução: Ministério da Saúde/2023
Reprodução: Ministério da Saúde/2023

O número de óbitos por dengue em Mato Grosso do Sul, que é 19, representa 5% do total de mortes por dengue no País. No Brasil, o número acumulado desde o início das semanas epidemiológicas é de 333.

4º em chikungunya - Quanto à outra doença causada pelo Aedes aegypti, a chikungunya, Mato Grosso do Sul também recebe destaque negativo. Atrás de Tocantins, Minas Gerais e Espírito Santo, ele é o quarto estado com maior incidência.

Os casos da doença entre os sul-mato-grossenses é de 137,05, enquanto o total de casos prováveis são 3.891. Não houve óbitos no Estado.

Foco do mosquito Aedes aegypti, que transmite as três doenças (Foto: Arquivo)
Foco do mosquito Aedes aegypti, que transmite as três doenças (Foto: Arquivo)

Zika - O zika, também analisado no painel, tem incidência de 2,75 e 78 casos prováveis investigados em Mato Grosso do Sul, sem registro de morte.

Foram notificados 6,2 mil casos da doença em todo o País, com taxa de incidência de três casos por 100 mil habitantes. De acordo com o Ministério da Saúde, houve um aumento de 289% nos casos se comparados com o mesmo período de 2022, quando o país registrou 1,6 mil ocorrências de zika. Os estados com maior incidência são Acre, Roraima e Tocantins.

No grupo em destaque nos dados do painel relacionados à chikungunya e zika, estão as gestantes. Em Mato Grosso do Sul, são 79 que aguardam confirmação da primeira, e 26, da segunda.

Fiscalização - Ao ser identificado um imóvel ou lote urbano sujo, o proprietário é notificado pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), para realizar a limpeza. A notificação é enviada via Correios por AR (Aviso de Recebimento). Após o recebimento do AR, o proprietário tem o prazo de 15 dias úteis para realizar a limpeza.

Passado o prazo, o auditor fiscal da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) retorna ao local para vistoria, e caso não tenha sido cumprida a notificação, o proprietário é multado. A multa varia entre R$ 2.944,50 e R$ 11.778,00. A Semadur não tem a competência legal de realizar limpeza de terrenos.

Denúncia - O descarte irregular de resíduos em vias públicas ou terrenos se configura em crime ambiental. Quem presenciar o descarte irregular de resíduos pode denunciar para a Patrulha Ambiental da Guarda Civil Metropolitana via telefone 153.

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