Em 2 dias, 14 animais silvestres morreram na BR-262
Entre os animais mortos, estão uma arara-azul, um tamanduá-bandeira e uma anta, conforme relato de motoristas
Neste final de semana, viajantes de Mato Grosso do Sul registraram cerca de 14 mortes de animais silvestres, em diferentes trechos da BR-262, todos vítimas de atropelamento. Entre os animais atropelados, foram encontrados uma arara-azul, uma anta, um tamanduá-bandeira e um pássaro da espécie aracuã-do-Pantanal.
A morte da arara-azul foi flagrada na manhã deste sábado (22) pelo cinegrafista Jairton Costa, de 50 anos, em trecho próximo a Terenos, a 25 km da Capital. "Eu estava passando e vi a arara na estrada. Antes, meu primo já tinha mandado foto de animais mortos. Cena triste, mas corriqueira", relatou.
O cinegrafista alerta sobre a importância de estar atento na estrada, pois são frequentes os avistamentos de animais. "Pode causar um acidente grave. Em alta velocidade, você não para. Agora, se você anda na velocidade adequada, é mais fácil de prever e parar antes de atropelar o animal", enfatizou.
Outras mortes foram registradas em outro trecho da BR-262, dessa vez em região pantaneira, próximo ao município de Miranda, a 201 km da Capital. O casal Jocilania Bezerra Costa, gerente comercial, 44 anos, e Franscisco Viera Estevam, aposentado, 60 anos, relatam que na tarde de ontem (21) avistaram mais de 10 mortes.
Segundo Jocilania, as mortes foram avistadas somente no trajeto entre Campo Grande e Miranda. "Não tiramos fotos de todos, eram muitos. Tiramos as fotos para conscientizar", explicou Jocilania.
Jocilania também observou que antigamente, quando seu marido viajava pelo Pantanal, não havia tantas mortes de animais. No entanto, atualmente, os episódios são mais frequentes.
"Viajamos bastante e, praticamente, em todas as viagens vemos esses episódios de mortes. É falta de atenção e alta velocidade. Precisa ter atenção nos animais e esperar eles atravessarem", alertou Jocilania.
Orientação - O tenente-coronel Edmilson Queiroz, da PMA (Polícia Militar Ambiental), explica que caso o motorista seja o responsável pelo atropelamento, é recomendado que pare em um local seguro, verifique se o animal está vivo e, se possível, preste socorro. “Se o socorro não for possível, é necessário procurar um órgão público na próxima cidade e acionar a PMA para o resgate do animal”.
Segundo ele, se houver animais mortos na faixa de rolamento, o motorista deve retirar o animal com segurança para o acostamento. “Isso evitará um novo acidente. Se for uma anta ou outro animal de grande porte, é fundamental não deixá-lo na pista, pois isso pode causar acidentes graves”, explica Edmilson.
Mortes - Os atropelamentos de animais silvestres têm sido uma tragédia constante nas estradas de Mato Grosso do Sul. De acordo com o projeto Bandeiras & Rodovias, do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (Icas), entre 2017 e 2020, foram registradas 12.398 mortes de animais nas rodovias do estado.
A região mais próxima ao Pantanal é especialmente afetada, com a média de 50 animais mortos vítimas de acidentes por mês nos 600 quilômetros de estradas entre Bonito e Aquidauana, segundo dados da Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura).
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