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Cidades

Em ação contra facção, polícia cumpre 71 mandados de buscas em MS

Ação feita pela Polícia Civil gaúcha tem 403 ordens judiciais para serem cumpridas em MS e mais 22 estados

Dayene Paz e Helio de Freitas, de Dourados | 07/06/2023 09:44
Policiais de MS contando dinheiro apreendido em operação. (Foto: Divulgação)
Policiais de MS contando dinheiro apreendido em operação. (Foto: Divulgação)

De 403 ordens judiciais da 4ª fase da Operação Fim da Linha – Do Oiapoque ao Chuí, contra uma organização criminosa investigada por lavagem de dinheiro de facções criminosas, 71 são cumpridas em Mato Grosso do Sul. A ação foi deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul e conta com o apoio da polícia de MS, através do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).

As ordens são referentes a mandados de busca e apreensão. Contudo, há informações que há mandados de prisão no Estado, sendo que os principais alvos estão em Campo Grande e Ponta Porã. Na cidade de fronteira, a polícia chegou a apreender R$ 1 milhão em espécie. A origem do dinheiro será investigada. Em Dourados, armas foram apreendidas.

Além das cidades citadas, são cumpridos mandados em: Amambai, Caarapó, Bela Vista, Corumbá, Nova Andradina, Coronel Sapucaia e Três Lagoas. O Dracco de MS também foi para Goiânia em apoio ao cumprimento de um mandado em uma oficina aeronáutica.

Operação - São cumpridas 403 ordens judiciais em Mato Grosso do Sul e outros 22 estados brasileiros. A investigação da Polícia Civil gaúcha começou em 2021 contra a organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas, contrabando de cigarros e armas em diversas regiões do estado do Rio Grande do Sul.

Segundo o delegado Diogo Ferreira, titular da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) de Passo Fundo (RS), diversas ramificações da organização criminosa foram identificadas, sendo possível comprovar que muitos criminosos comandavam o tráfico de dentro do sistema prisional. "Com vinculação, num primeiro momento, a duas das facções criminosas do país: uma delas atuante no RS e outra a nível nacional", diz nota da Polícia Civil.

Foi identificado o líder da célula da organização criminosa que comandava o tráfico na região norte do estado do Rio Grande do Sul e, a partir daí, foram realizadas diversas diligências. "Para verificar quem fornecia as drogas, para quem ele as revendia, quem trabalhava para ele, quem transportava seu dinheiro e o dinheiro que dele partia para as instâncias superiores da facção criminosa", explicou o delegado.

4ª Fase - A investigação apurou farto conteúdo relacionado ao tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo, contrabando de cigarros e inúmeras operações bancárias, transferências de dinheiro, depósitos, Pix e números de contas bancárias tanto de pessoas físicas como de pessoas jurídicas, algumas criadas exclusivamente para “lavar o dinheiro” das organizações criminosas.

No decorrer da apuração, foi verificada a existência de vários “laranjas” de alto escalão, responsáveis por fornecer suas contas bancárias para o recebimento e repasse dos valores do tráfico para outros escalões da organização. Também foi constatado que vários dos investigados que surgiram com as informações obtidas das quebras de sigilo telefônico são de outros estados, como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás e Bahia.

“Muitas vezes eram pessoas que movimentam vultosas quantias em dinheiro, mas que moram em locais simples, totalmente incompatíveis com as movimentações. Assim como foi constatada a existência de pessoas jurídicas que são tipicamente empresas fantasmas ou que têm suas contas utilizadas exclusivamente para atos de lavagem de dinheiro”, esclareceu o delegado.

Foram constatadas diversas transferências eletrônicas para pessoas jurídicas e físicas de todo o país, muitas vezes de valores vultosos, e também a existência de inúmeros depósitos realizados de forma fracionada, geralmente na mesma data, diretamente no caixa, dificilmente identificáveis.

A polícia constatou quatro investigados importantes. Um deles movimentou em poucos meses a quantia de R$ 6.029.298,27. Já outro cerca de R$ 36.512.427,16. Uma empresa fantasma movimentou em poucos meses o montante de R$ 94.913.810,33, enquanto outra empresa fantasma também movimentou uma quantia alta, em torno de R$ 27.705.177,57.

Houve movimentação de R$ 293,3 milhões em apenas nove meses (de janeiro a setembro de 2021). Ainda, foi verificado no curso da investigação mais de R$ 2 bilhões em movimentações suspeitas.

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