Em até dois meses, mortes por covid-19 ultrapassarão as de dengue no Estado
A previsão é do infectologista e pesquisador da Fiocruz, Júlio Croda, que acredita em 30 óbitos pelo novo coronavírus até junho
Dentro de um ou dois meses, as mortes por covid-19 em Mato Grosso do Sul podem ultrapassar as 22 já registradas por dengue. A previsão é do infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Júlio Croda.
Nesse período, ele acredita que deverão ter pelo menos 30 óbitos pelo novo coronavírus no Estado, já que a taxa de letalidade por dengue é bem menor que por covid-19.
“Em mais um mês, ou dois, a gente supera os óbitos por dengue”, alerta. Ele afirma ainda que em todo Brasil, a covid-19 já matou, desde fevereiro, mais do que dengue, Zika e Chikungunya juntas.
Isso, principalmente porque a população, não apenas de Mato Grosso do Sul, mas de todo mundo, não havia tido contato com o novo coronavírus e não está “imunizada” contra ele.
É por isso que há muito mais risco e mortalidade nessa nova doença do que em relação à dengue. Para se ter uma ideia, há 17,3 mil casos confirmados de dengue este ano em MS, com 22 óbitos. Assim, a taxa de mortalidade é de 0,12%.
Já em relação à covid-19, são 115 casos no Estado, com quatro óbitos confirmados. A taxa é de 3,4%. “Estamos começando a redução dos casos de dengue, e a tendência é que os casos de doenças respiratórias aumentem. Mas tudo depende do índice de isolamento”, afirma.
Ele explica que a sazonalidade das duas doenças é diferente, com uma alcançando seu pico no período de temperaturas mais quentes, quando o mosquito Aedes Aegypty está mais ativo e a outra, nos períodos de temperaturas mais baixas, tornando a comparação entre as duas, injusta.
Dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmam tal prognóstico e revelam 16 óbitos por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em Campo Grande, somente neste mês de abril. Dois deles causados por covid-19. Em março, foram 12 mortes por SRAG, sendo quatro causadas pela gripe H1N1 e nenhum por covid-19.
Nos meses de janeiro e fevereiro, houve apena uma morte pela síndrome, ocorrida no segundo mês do ano e causada por metapneumovírus.