ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 30º

Cidades

Em manifesto, sociedade médica defende vacinação de crianças contra covid

SBP disse que as mortes da população pediátrica por covid-19 não estão "em patamares aceitáveis"

Leon Ferrari, Estadão Conteúdo | 25/12/2021 14:40
Adolescentes de 12 a 17 anos já tiveram a vacinação liberada este ano. (Foto: Prefeitura de Campo Grande)
Adolescentes de 12 a 17 anos já tiveram a vacinação liberada este ano. (Foto: Prefeitura de Campo Grande)

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) disse que as mortes da população pediátrica por covid-19 não estão "em patamares aceitáveis" e defendeu a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, em manifesto divulgado na sexta-feira, 24.

No texto, a SBP pede pela "urgente implementação de estratégias" para reduzir risco de complicações, hospitalizações e mortes do público infantojuvenil pela doença.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na quinta-feira, 23, que as mortes pela doença nessa faixa etária estão em nível que não demanda "decisões emergenciais".

Depois, declarou que o governo federal vacinaria o público, mas deve requisitar prescrição médica e a assinatura de um termo de consentimento pelos pais. As exigências não existem em outros grupos que já tiveram a vacinação autorizada e os Estados não pretendem exigir prescrição.

A imunização infantil com a vacina da Pfizer foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) há mais de uma semana e tem respaldo da comunidade científica - a SPB foi uma das consultoras externas da Anvisa para a decisão. A gestão Jair Bolsonaro, porém, abriu uma consulta pública sobre o assunto.

"Ao contrário do que afirmou recentemente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o número de hospitalizações e de mortes motivadas pela covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não está em patamares aceitáveis", diz o manifesto da SBP.

"Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo." A instituição destacou que, desde o início da pandemia, 2.500 pessoas de zero a 19 anos morreram por conta da doença, mais de 300 delas confirmadas no grupo de 5 a 11 anos.

Conforme revelou o Estadão, o Brasil figurou no segundo lugar do ranking de crianças vítimas da covid no mundo, atrás somente do Peru. A cada 1 milhão de crianças de zero a nove anos existentes no País, 32 perderam a vida para a doença

No manifesto, a sociedade ainda lembra das sequelas do quadro. A SBP apontou que há mais de 1.400 casos confirmados de Síndrome Inflamatória Multissistêmica (quadro grave de tratamento hospitalar, que se manifesta semanas após a infecção) em crianças, com mediana de idade de 5 anos. Ao menos 85 morreram por complicações neurológicas, cardiovasculares e respiratórias da síndrome, indicou.

A instituição ainda destacou que a vacinação se apresenta como alternativa para "controle e prevenção destes desfechos da doença e que está ao alcance dos responsáveis pelas políticas públicas de saúde do nosso País". O imunizante, continua o manifesto, apresentou "elevada eficácia" nos estudos clínicos e e nos testes no mundo real.

"O Brasil se encontra diante de hospitalizações, sequelas e mortes que são passíveis de prevenção em sua grande maioria", destacou. "Ignorar este fato, minimizar sua importância e afirmar que elas são aceitáveis não são atitudes esperadas das autoridades. A sociedade espera e merece outro tipo de postura e de compromisso com a saúde das crianças e adolescentes do Brasil", finalizou. (Via UOL)

Nos siga no Google Notícias