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Cidades

Entidades divergem sobre “importação” de profissionais da saúde em MS

Conselho e sindicato de enfermagem afirmam que número de profissionais comportaria a ampliação de leitos

Jhefferson Gamarra | 14/06/2021 15:46
Secretaria de Saúde anunciou que estuda a abertuda de 30 novos leitos de UTI na Santa Casa de Campo Grande (Foto: Marcos Mauf)
Secretaria de Saúde anunciou que estuda a abertuda de 30 novos leitos de UTI na Santa Casa de Campo Grande (Foto: Marcos Mauf)

A escassez de profissionais de saúde se tornou um dos maiores gargalos no enfrentamento da covid-19 em todo Brasil. De acordo com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), a instalação de mais vagas em Mato Grosso do Sul não esbarra apenas na falta de recursos, mas também em mão de obra para atender toda a demanda de pessoas infectadas pela doença.

Na manhã desta segunda-feira (14), o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, anunciou que o que há tentativa de "abertura imediata" de 30 novos leitos de terapia intensiva na Santa Casa de Campo Grande, porém essa ampliação pode não prosperar devido a falta de profissionais da saúde disponíveis no Estado.

Ainda sem dar muitos detalhes, o secretário informou que avalia a possibilidade de “importar” médicos e enfermeiros de outros estados para suprir a demanda de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o presidente do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso Sul), Marcelo Santana, de fato há um problema em escalas médicas devido ao colapso na saúde, que pode ser amenizada com a importação de profissionais qualificados.

“Essa é uma situação realmente complexa, sabemos que foi ampliado o número de leitos durante a pandemia e isso gerou problemas em escalas. No caso se foram trazidos médicos de outros estados, com CRM validado, principalmente neste momento de complicação, não pode ser considerado algo ruim, é uma possibilidade que precisar ser estudada, mas desde que sejam médicos capacitados, que saibam operar um plantão de uti”, frisou Marcelo Santana.

Em se tratando de profissionais da enfermagem, mesmo com a alta demanda, que exige um número maior de enfermeiros, a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem (SIEMS), Helena Delgado, afirma que o estado possui profissionais capacitados em número suficiente para suprir a demanda de abertura de novos leitos. Além disso, seriam exigidas muitas burocracias que inviabilizariam a contratação de profissionais de forma terceirizada.

“A quantidade de profissionais não está tranquila, mas com certeza conseguimos administrar com o que temos no momento, diferentemente do que aconteceu na metade do ano passado, quando realmente faltaram profissionais. Mas acredito que essa importação de profissionais de enfermagem não vai acontecer, porque para isso o estado precisaria pegar uma ala completa do hospital e colocar mão de obra terceirizada”, afirmou.

Da mesma forma, o Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), afirma que a quantidade de profissionais registrados seria suficiente para atender as demandas de ampliação de leitos na Santa Casa e até mesmo em outros locais.

“O secretário não consultou o Coren para sequer saber o número de profissionais de enfermagem registrados no estado. Há alguns meses pedimos a reabertura dos hospitais da Criança e Sírio Libanês. Campo Grande têm condições de ampliar leitos e muito provavelmente possui profissional suficiente para suprir essas ampliações”, declarou o presidente do conselho, Sebastião Duarte.

Segundo o Coren-MS, para cada 10 leitos de UTI exclusivos para covid-19, são necessários pelo menos 2 enfermeiros e 7 técnicos de enfermagem a cada turno.

Procurada pela reportagem, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) não detalhou até a publicação desta matéria, a proposta de importação de profissionais para atuar em Mato Grosso do Sul.

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