Escolas no centro de inquérito foram reformadas para tempo integral
A inauguração de uma das obras contou inclusive com a presença do então ministro da Educação, Rossieli Soares
As oito escolas estaduais que estão no centro da investigação que revelou esquema de fraude em licitações e pagamentos de propinas a servidores foram reformadas com recursos do MEC (Ministério da Educação) destinados a transformação de colégios comuns em unidades de integral. A inauguração de uma das obras contou inclusive com a presença do então ministro da Educação, Rossieli Soares.
Cinco escolas são em Campo Grande: Prof. Emygdio Campos Widal, Waldemir Barros da Silva, José Barbosa Rodrigues, Amélio Carvalho Baís e Severino Ramos de Queiroz. No interior, outras três unidades da rede estadual também teriam sido reformadas por uma das integrantes do cartel.
O então ministro da Educação esteve em Campo Grande no dia 13 de novembro do ano passado para inaugurar a reforma da Escola Estadual José Barbosa Rodrigues. O governo federal investiu R$ 1 milhão na obra.
Na escola, que fica no Bairro Universitário e tem cerca de 800 alunos, foram revitalizados os banheiros, a iluminação e a pintura geral. A cozinha foi ampliada, o refeitório também e foi construída sala de convívio para professores. As obras custaram R$ 1.483.890, R$ 1,1 milhão da União.
Em 2019, conforme divulgou o Governo de Mato Grosso do Sul em fevereiro, mais 12 escolas estaduais de Ensino Médio passaram a oferecer ensino em tempo integral em Mato Grosso do Sul.
A investigação – A PF (Polícia Federal) e a CGU (Controladoria Geral da União) foram às ruas de Campo Grande na quarta-feira para cumprir 11 mandados de busca e apreensão. A Operação Nota Zero coletou provas para investigação de esquema de cartel para conquistar contratos com a SED (Secretaria de Estado de Educação).
Empresas envolvidas faziam rodízio para ficar com contratos e eliminavam a concorrência nas licitações, conforme a apuração. Já funcionários da secretaria eram responsáveis por garantir que as construtoras integrantes do grupo vencessem os processos licitatórios e também recebiam propina para não fiscalizar as obras.
O lucro vinha de contratos superfaturados, pagamentos por serviços não feitos ou executados com qualidade inferior à vendida.
Equipes estiveram na Queiroz Engenharia, que funciona na Rua Vitório Zeolla, no Carandá Bosque.
Além de documentos, armas e munições foram apreendidas. Em uma das empresas, a PF recolheu revólver, pistola e 110 munições. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal.