Estado tem distrito onde mais morrem indígenas por covid-19 no Brasil
Em relação a outros órgãos, Sesai contabilizava 50% a menos de mortes registradas por covid-19
Discrepância entre levantamentos relativos ao número de indígenas mortos por covid-19, em Mato Grosso do Sul, indica defasagem nos dados apresentados pela Sesai (Secretaria Nacional de Saúde Indígena). Considerando o cálculo da pasta federal, o distrito sanitário do Estado contabiliza 44 óbitos, o maior entre os 34 grandes polos de atendimento existentes no País.
Conforme a secretaria, 410 indígenas morreram no Brasil em decorrência do novo coronavírus. Depois de MS, apresentam maiores quantidade de mortos os seguintes distritos sanitários: Leste de Roraima (41), Xavante (40), Alto Rio Solimões (35) e Maranhão (26).
Considerando o levantamento da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), o aumento é de 50% - a entidade contabilizava, até o último domingo, 66 óbitos no Estado. Se considerar os números no País, a diferença em relação ao dados da Sesai é ainda maior. Quase o dobro a mais.
Os dados divergem de outros levantamentos. Conforme o boletim da SES (Secretaria Estadual de Saúde), 68 indígenas morreram por covid-19, portanto, 24 óbitos a mais que o contabilizado pelo governo Federal.
Municípios - Segundo levantamento feito pelo Campo Grande News, 36 municípios de Mato Grosso do Sul têm casos de covid-19 confirmados. Aproximadamente 2% dos infectados não resistiram, maior que a média geral do Estado, que figura em aproximadamente 1,8%.
Dentre os 68 óbitos contabilizados pelo governo estadual, Aquidauana detém maior parte - 21 óbitos. Também na região do Pantanal, o município de Miranda empata em segundo na contagem geral, com 10 mortes.
Dois Irmãos do Buriti registrou sete mortes pela doença, e Nioaque também teve um óbito. A Capital possui sete registros de vítimas de etnia indígena, enquanto Sidrolândia registrou três mortes.
Ao sul do Estado, Dourados confirmou 10 mortes. Os municípios de Tacuru (2) e Caarapó (1) também confirmaram óbitos.
Procurada, a assessoria de imprensa da Sesai, vinculada ao Ministério da Saúde, informa que os dados epidemiológicos organizados por DSEI não detalham etnia, localidade e nomes dos pacientes devido a "respeito ético".
Em nota, também é afirmado que os casos e óbitos são registrados diariamente entre indígenas aldeados, que estejam inscritos no Siasi (Sistema de Informações de Atenção à Saúde Indígena). Por fim, são reforçados os 6 mil atendimentos realizados pela pasta no mês de agosto.