Fiocruz alerta para outros vírus que causam síndrome respiratória em crianças
SRAG pode ser causada pelo coronavírus, mas outros vírus têm sido mais preocupantes nessa faixa etária
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) alertou nesta quinta-feira (28) para o reaparecimento de outros vírus respiratórios que vêm causando SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em crianças de 0 a 9 anos, para além do coronavírus. Tratam-se do bocavírus e parainfluenza 3 e 4.
Esse alerta surge em meio a uma redução de casos em faixas etárias mais velhas, sobretudo entre os adultos. Vale lembrar que a vacinação da covid-19 só é permitida a pessoas acima dos 12 anos no Brasil, conforme a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo o órgão, o VSR (Vírus Sincicial Respiratório) e rinovírus, que reapareceram e já são registrados desde o começo de 2021, têm infectado mais que o causador da covid-19, e estão prejudicando vias respiratórias e pulmões de recém-nascidos e crianças pequenas.
O VSR gera mais preocupação em bebês prematuros, cardiopatas ou com problemas crônicos no pulmão, e pode ser responsável por 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças de até dois anos durante seu período de maior incidência.
"Crianças com menos de cinco anos têm maior risco de desenvolver formas graves. Cerca de 10 a 15% dos casos em bebês menores de dois anos necessitam de internação hospitalar, às vezes, em UTI [Unidade de Terapia Intensiva]", diz a publicação da Fiocruz.
Tendência nacional - Em geral, os casos na faixa etária mais jovem destoam das demais e têm estabilizado em um patamar alto, próximo a 1,2 mil, semelhante ao verificado no pico desse índice, em julho de 2020. "Nas demais faixas etárias, o patamar atual representa os menores valores desde o início da pandemia no País", diz a Fiocruz.
Ainda assim, vale ressaltar que, desde meados de março deste ano, a transmissão comunitária da síndrome têm reduzido, como mostra o boletim da Fiocruz.
“O número de casos de SRAG segue abaixo dos picos de março e maio deste ano, porém mantendo valores superiores aos de 2020. Houve apenas um leve aumento nas últimas semanas em alguns locais, mas se mantendo dentro da média recente. O importante é destacar essa volta de outros vírus respiratórios gerando SRAG”, afirma o coordenador do InfoGripe, pesquisador Marcelo Gomes.
Por fim, de acordo com a Fiocruz, Mato Grosso do Sul e outros 14 estados brasileiros indicam queda também a longo prazo. O mesmo vale para Campo Grande.