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Cidades

Gol é questionada sobre transparência de programa que abrange voo a Bonito

Na Justiça, Idec pede explicações à companhia sobre as compensações de gases do efeito estufa

Por Cassia Modena | 24/01/2025 10:35
Gol é questionada sobre transparência de programa que abrange voo a Bonito
Passageiros desembarcam em Bonito do primeiro voo carbono neutro para o destino que saiu de Congonhas, em 2021 (Foto: Divulgação/Governo de MS/Silvio Andrade)

O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) está pedindo explicações à Gol sobre o programa de compensação de emissão de gases do efeito estufa #MeuVooCompensa, que a companhia aérea mantém desde 2021. Um dos destaques dele é o trecho Aeroporto de Congonhas (SP) - Aeroporto de Bonito (MS).

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O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) questiona a Gol sobre seu programa de compensação de emissões de carbono, #MeuVooCompensa, que permite aos passageiros doarem uma taxa para neutralizar as emissões de seus voos. O Idec protocolou uma interpelação judicial pedindo transparência sobre como as emissões são calculadas e como os valores arrecadados são utilizados, levantando suspeitas de greenwashing. A Gol, por sua vez, defende a integridade e transparência de suas práticas e afirma que cobre 100% da taxa de compensação em alguns trechos específicos, como de São Paulo a Bonito e de Recife a Fernando de Noronha, onde os passageiros não precisam pagar a taxa extra.

O instituto informou ontem (23) ter protocolado uma interpelação na Justiça de São Paulo contra a empresa, questionando métodos para calcular as emissões supostamente compensadas pela participação no programa.

Além disso, o Idec quer saber como a empresa estima o valor cobrado voluntariamente de passageiros para supostamente contribuir com a proposta, e quais os resultados atingidos até agora.

O instituto faz essas e outras perguntas para pedir transparência sobre o programa e declara suspeitar de uma prática enganosa, o greenwashing – termo usado quando empresa cria uma fachada de sustentabilidade para o seu produto ou serviço.

O Idec também interpela a Localiza pela mesma suspeita. "Nosso objetivo com esses questionamentos é garantir aos consumidores a transparência a qual eles têm direito, mas que as empresas vêm negando a eles. Nenhuma das duas traz em suas políticas informações tão básicas, o que nos acende um alerta. Vivemos um momento crítico, em que a sobrevivência da nossa e das outras espécies está ameaçada, e, por isso, as pessoas querem fazer a sua parte, mas para isso precisam de informação clara e adequada, não de falsas soluções”, afirmou Julia Catão Dias, coordenadora do programa de consumo sustentável do Idec.

Por meio da assessoria, a companhia aérea declarou ser "reconhecidamente uma empresa que preza pela integridade e transparência nas relações com seus clientes e empresas parceiras" e diz estar "à disposição das autoridades competentes para sanar todas as questões relativas ao assunto".

O programa e o voo para MS - O #MeuVooCompensa calcula valor baseado no trecho selecionado durante a compra de passagens e oferece a opção do consumidor assumir uma taxa para compensar a emissão de carbono do voo escolhido.

Gol é questionada sobre transparência de programa que abrange voo a Bonito
Bonito, paraíso natural destino de voo carbono neutro da Gol (Foto: Divulgação/Prefeitura de Bonito)

Partindo do Aeroporto Internacional de Campo Grande até o de Congonhas nesta sexta-feira (24), o passageiro pode doar R$ 6,90 para neutralizar 0,0839 toneladas de CO², de acordo com simulação feita no site da Gol.

O custeio da neutralização é opcional. "Faça uma doação e compense as emissões de CO² do seu voo", sugere a empresa antes do consumidor chegar à página de pagamento. Os valores arrecadados seriam destinados à Moss Earth, que comercializa créditos de carbono e soluções ambientais e tem parceria com a companhia aérea – um dos pontos que o Idec quer esclarecer.

A Gol declarou que paga 100% da compensação em dois trechos: Recife, Fernando de Noronha-Recife e São Paulo/Congonhas a Bonito. Ou seja, passageiros desses voos não precisam doar a taxa extra, pois ela ficaria por conta da empresa.

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