Mandante de chacina quer ficar no Instituto Penal para escapar de facção rival
Homem foi preso em MS enquanto tentava fugir para a Bolívia; oito pessoas morreram em chacina
Preso em Mato Grosso do Sul no dia 27 de junho, Alberto José dos Santos Silva, 41 anos, apontado como mandante da chacina que terminou na morte de oito pessoas, em uma praça pública de Viçosa, no Ceará, quer ficar custodiado no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). No pedido, alega "incompatibilidade" com o CV (Comando Vermelho).
O pedido de custódia no IPCG seria uma maneira de escapar de possíveis represálias da facção rival. Isso porque, o PCC (Primeiro Comando da Capital) está por trás do ataque do dia 20 de junho na cidade cearense. Naquele dia, o alvo dos executores seria Ana Caroline de Sousa Rocha, de 23 anos, que desagradou líderes do PCC ao se envolver com integrantes do Comando Vermelho.
Alberto é apontado como mandante e foi preso enquanto tentava fugir para a Bolívia. Ele estava a bordo de um veículo Honda Fit, que foi parado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), na BR-163, em Jaraguari, a 47 quilômetros de Campo Grande. Na ocasião, Alberto apresentou documento falso, acabou preso em flagrante e levado para a delegacia de Polícia Federal de Campo Grande.
A Justiça Federal de Mato Grosso do Sul decidiu decretar a prisão preventiva dele pelo uso de documento falso. Mas, também levou em consideração as acusações de homicídio no Ceará.
"(...) penso também estar presente a necessidade de preservar a ordem pública, dada a existência de processos por crimes graves como homicídio, em desfavor do custodiado. Assim, embora o delito tratado nos presentes autos não tenha sido praticado com violência ou grave ameaça, (...) o fato de Alberto José ser procurado pelo delito de homicídio, estar utilizando documento falso e se dirigindo para a região de fronteira, estão a indicar a adequação da conversão da prisão em flagrante em preventiva, a fim de assegurar a aplicação da lei penal".
Alberto tem passagens por tráfico de drogas, roubo, furto de veículo e posse e porte ilegal de arma de fogo.
A advogada de defesa, Nayara Damasceno, foi procurada pela reportagem e diz que aguarda autorização da família para falar sobre o caso. O Campo Grande News apurou que Alberto encontra-se, por enquanto, custodiado no Presídio de Trânsito da Capital de MS.
Na quinta-feira (27), também foi preso outro suspeito de participar diretamente do massacre. Com ele, os policiais civis do Ceará apreenderam uma caminhonete Hilux utilizada no dia do crime e também na fuga dos criminosos do Estado. Até o momento, cinco pessoas foram presas por suspeita de terem envolvimento na chacina.
Massacre - Conforme vídeo de câmeras de segurança instaladas no entorno da praça, as vítimas estavam em um bar, ao lado da praça, quando os suspeitos chegaram de carro e de motocicletas no local. Os atiradores teriam retirado as vítimas do bar e colocado o grupo enfileirado na praça. Em seguida, os suspeitos dispararam contra nove pessoas.
As vítimas assassinadas tinham entre 16 e 26 anos. Além de Ana Caroline, morreram também: Francisco Luan Brito da Silva, de 26 anos, Júlio Félix Rodrigues, 24 (passagens por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito), Isamara de Sousa Rodrigues, 25, André Madeira Olivindo Junior, 21, Geovane de Amorim Silva, 18, uma adolescente de 16 anos e, na noite de sexta-feira, Adrian Mateus Brito dos Santos, de 23 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Uma mulher segue internada em estado grave.
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