Ministério desabilita unidades e neste mês Estado perde 25 leitos de UTI covid
De 25 vagas em quatro cidades, cinco serão desativadas em 30 de setembro, porque município negou cofinanciamento
Desabilitados pelo Ministério da Saúde, leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em Bataguassu, Sidrolândia, Chapadão do Sul e Dourados recebem pacientes só até 30 de setembro. Agora, a Secretaria de Saúde tenta parceria para que Estado não perca as unidades mesmo após a pandemia.
Caso os leitos sejam de fato desativados, serão 25 vagas intensivas a menos em Mato Grosso do Sul, que até agosto, mantinha 866, sendo pelo menos 369 exclusivas para o tratamento de pacientes com covid-19.
Segundo o secretário de saúde Geraldo Resende, o Estado já se posicionou aos municípios, propondo coparticipação para que as unidades desabilitadas pelo governo federal, sejam mantidas via parceria entre as prefeituras e o governo estadual.
O único município que já negou essa tratativa foi Bataguassu, onde até dia 30 funcionarão os cinco leitos de UTI instalados lá para a pandemia. Resende afirmou que espera uma resposta das secretarias municipais de saúde das demais cidades onde a reabilitação federal de leitos já foi negada.
O temor do secretário é que com o passar dos dias, mais leitos sejam desabilitados e o Estado fique desguarnecido. Ele afirmou que quer evitar o que está ocorrendo em outros locais, onde há uma “segunda onda” de covid-19, precisar dos leitos e não tê-los. “Nosso propósito é não deixar nenhum sul-matogrossense sem atendimento na pandemia”, reiterou.
“Os leitos do Hospital da Vida, em Dourados, estão habilitados até dia 30, quando já não receberão mais recursos do Ministério da Saúde. E estamos aguardando manifestação da secretaria de saúde para saber o que será feito”, sustentou.
Já em Sidrolândia e Chapadão do Sul, Resende destaca que confia que a gestão municipal manterá os serviços. “Acredito que pelo compromisso com sua gente, eles farão o cofinanciamento”, analisou, lembrando que em cada uma das cidades, há cinco leitos de UTI para atendimento covid-19.
“Quando o ministério não habilita, o município se sente desobrigado de atender porque o custo do leito é muito alto. Assim, a gente tenta encontrar alternativas para que possamos manter o leito, conforme a necessidade e fazer o cofinanciamento”, disse.
Resende enfatizou que “não queria fechar nenhum serviço, porque ainda não temos o controle total da doença. Ela apresenta uma desaceleração, mas num platô ainda alto de casos novos, internações e óbitos”, lamentou, lembrando que “não quero que se repita aqui o que ocorre em alguns estados que desativaram seus leitos, e agora enfrentam dificuldades porque a doença voltou com outra onda”.
Aqui em MS, segundo o titular da saúde, “vamos segurar até o limite que der”.
Saída – já trabalhando na desativação dos leitos de UTI de Bataguassu, houve mudança no fluxo de pacientes, concentrando pacientes em Costa Rica. “Tem havido grande procura em Paranaíba, e de Cassilândia estamos encaminhando para Costa Rica, além de Camapuã e São Gabriel”, explicou o secretário.