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Cidades

MS é terceiro estado brasileiro com maior índice de assassinatos de indígenas

Estado também lidera ranking de violência sexual e lesões corporais, aponta relatório do Cimi

Mylena Fraiha | 26/07/2023 19:42
Indígenas choram sobre caixão de Vitor Fernandes, de 42 anos, morto em Amambai (Foto: Helio de Freitas)
Indígenas choram sobre caixão de Vitor Fernandes, de 42 anos, morto em Amambai (Foto: Helio de Freitas)

Mato Grosso do Sul é terceiro estado com maior índice de assassinatos de pessoas indígenas, aponta Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil de 2022, divulgado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário) nesta quarta-feira (26). Das 180 mortes registradas no ano passado, 38 delas ocorreram em MS.

De acordo com o levantamento, entre os anos de 2019 e 2022, ocorreram 795 homicídios de indígenas no Brasil, sendo que três estados concentram cerca de 65% desses casos. Roraima lidera com 208 homicídios, seguido pelo Amazonas com 163 e, em terceiro lugar, Mato Grosso do Sul com 146 assassinatos registrados.

Além dos assassinatos, o relatório do Cimi apresenta levantamento sobre outros tipos de violência contra os povos indígenas, como abuso de poder, lesões corporais, racismo e discriminação étnico-racial, violência sexual e ameaças de morte.

Entre as nove categorias de violência apresentadas pelo relatório, Mato Grosso do Sul possuí o maior número de casos em oito delas, sendo elas: tentativas de assassinato (12), lesões corporais (10), violência sexual (8), ameaças várias (7), racismo e discriminação étnico-cultural (7), ameaças de morte (4), homicídio culposo (4) e abuso de poder (4).

Casos - Um dos casos de assassinato ocorreu no dia 1 de agosto de 2022, quando o indígena guarani-kaiowá Vitorino Sanches sofreu uma emboscada quando entrava na aldeia de Amambai, a 360 da Capital. Na ocasião, Vitorino foi atingido por dois tiros, mas foi hospitalizado e sobreviveu. Entretanto, no dia 13 de setembro, ele sofreu um novo atentado, no qual foi executado com cinco tiros.

Nesse período, também ocorreram as mortes de Vitor Fernandes Kaiowá, de 42 anos, na Aldeia Guapoy, em Amambai; de Cleijomar Rodrigues Vasques, de 16 anos, em 12 de novembro, na Aldeia Limão Verde, em Amambai; de Alex Recarte Vasques Lopes, de 18 anos, no dia 21 de maio, na Aldeia Taquaperi, em Coronel Sapucaia; e de Estela Vera, de 67 anos, no 15 de dezembro, em Japorã.

Outro dado chocante são os casos de violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres indígenas. Em 2022, foram registrados 20 casos de violência sexual em todo país, sendo que oito deles ocorreram em MS.

Um desses casos, ocorrido em outubro de 2022, envolvia um pastor, de 62 anos, suspeito de abusar sexualmente de três meninas indígenas, com idades entre 9 e 10 anos. Conforme noticiado pelo Campo Grande News, o suposto abuso teria acontecido em uma igreja localizada em uma aldeia indígena de Aquidauana, a 135 km da Capital.

De acordo com a denúncia feita à Polícia Civil, o pastor utilizaria o momento de oração na igreja para abusar das meninas. Os casos chegaram ao conhecimento da polícia por meio do Conselho Tutelar da cidade, que recebeu denúncias de abuso sexual.

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