MS zera estoque de dois medicamentos do “kit intubação”, aponta relatório
Na quarta-feira, durante transmissão ao vivo, secretário de Saúde destacou preocupação com a questão
Mato Grosso do Sul está na lista dos 22 Estados com estoques de medicamentos para intubação no “vermelho” e tem dois remédios zerados: um anestésico e um bloqueador neuromuscular.
O levantamento nacional foi divulgado nesta quinta-feira (dia 13) pelo UOL, com dados do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) coletados até o último dia 9 em 1.500 hospitais referências para o tratamento da covid-19 da rede estadual pública e privada.
Por meio de consulta a um mapa interativo, o estoque em Mato Grosso do Sul aparece zerado para Cisatracúrio (na versão ampola 10ml), que é bloqueador neuromuscular, e Propofol (frasco 100 ml), um anestésico.
O levantamento mostra que o Cisatracúrio (ampola 5 ml) tinha estoque de um dia, enquanto a versão de 20 ml do Propofol dura 12 dias. Já o anestésico Lidocaína tem estoque para 74 dias.
O “kit intubação” tem 20 tipos de medicamentos, como anestésico e relaxante muscular, e é essencial para o tratamento dos pacientes de covid-19 que precisarem de respiração por aparelho.
Na quarta-feira (dia 12), o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, destacou a preocupação com o estoque.
“O estoque desses medicamentos está muito baixo e a gente tem feito várias cobranças junto ao Ministério da Saúde para que nos envie esses medicamentos e fazendo também o processo de licitação. A indústria farmacêutica está com a capacidade máxima de fabricação desse medicamento esgotada. Tudo que se produz é consumido”, afirmou.
Ainda durante a transmissão ao vivo, Resende disse que o Brasil conta com auxílio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) para a aquisição do “kit intubação”.
“Graças a Deus, me parece que está dando certo para que seja encaminhado a todos os Estados, mas principalmente para Mato Grosso do Sul, quantitativo suficiente para manter os pacientes nas UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e dar suporte à vida”.
A reportagem questionou a SES (Secretaria Estadual de Saúde) sobre a falta de medicamentos. A secretaria informou que a aquisição do “kit intubação” é de responsabilidade das unidades hospitalares, mas para ajudar, a secretaria estuda forma de adquirir os medicamentos por meio de atas de registro de preços.
Cloroquina – O levantamento divulgado pelo UOL cita que Mato Grosso do Sul recebeu 26 mil comprimidos de cloroquina até o dia 7, mas distribuiu 13.406, pouco mais da metade, mantendo o restante em estoque.
A SES informa que esse número está desatualizado e não representa o cenário atual. A cloroquina é distribuída mediante solicitação dos municípios e unidades hospitalares.