"Não exala a nossa essência", diz Polícia Militar sobre caso em Bonito
Narrado por uma voz feminina, o vídeo tem 1 minuto e 50 segundos de explicações acerca do episódio ocorrido em Bonito
Em um vídeo institucional, a Polícia Militar diz que a cena de agressão por parte do tenente André Luiz Leonel contra uma mulher de 44 anos algemada não exala a essência, nem a formação doutrinária da instituição.
Narrado por uma voz feminina, o vídeo tem 1 minuto e 50 segundos de explicações acerca do episódio ocorrido em Bonito que trouxe à tona imagens fortíssimas da agressão. O caso aconteceu no fim de setembro, mas as imagens do quartel da PM, onde acontece parte do espancamento, só foram divulgadas neste final de semana.
No material, a Polícia Militar começa explicando que é uma instituição que trabalha pela sociedade há 185 anos, tempo suficiente para várias histórias e milhares de ocorrências atendidas.
"Salvamos vidas, resgatamos crianças, devolvemos animais à natureza, recuperamos bens. No que diz respeito à ocorrência registrada em Bonito, nós já adotamos todas as medidas legais que o caso requer", diz o material.
A Polícia ainda ressalta que disponibilizou à vítima que aparece no vídeo amparo psicossocial através do Fundo de Assistência Feminina da Polícia Militar.
Compreendemos o fervor que as imagens causam, elas fazem parte de um contexto mais amplo que será investigado por meio de um inquérito policial militar. Temos tratado o caso com cautela e apresentado os fatos com transparência, atualizando os veículos de comunicação diariamente.
Quanto aos envolvidos, a Polícia reafirma que foram afastados das atividades operacionais e que serão garantidos a eles o direito de defesa.
Por fim, a nota diz que "o episódio foi um fato que não exala a nossa essência, nem a formação doutrinária da instituição".
Caso - As imagens gravadas por câmeras de segurança do quartel da Polícia Militar mostram o policial empurrando a mulher contra a parede. Ela tenta se defender com os pés, mas acaba apanhando com tapas, depois socos e chutes. Na cena, outro PM ainda parece segurar a mulher na cadeira para que o colega continue batendo.
Tudo começou por conta de um pedido em restaurante de Bonito, que atrasou. Mãe de criança autista, a vítima disse que reclamou da demora, admitiu que perdeu o controle, mas contou que foi tirada pelos cabelos do hotel onde estava hospedada, durante a comemoração do aniversário. Por ser a única responsável com as crianças, os filhos foram levados para um abrigo.
Dois policiais militares envolvidos diretamente no espancamento foram afastados das funções. O caso está sendo acompanhado pela Corregedoria da PM.