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Cidades

No 1º mês, 40 registraram em cartório desejo de doar órgãos após a morte

Número é pequeno perto do tamanho da fila por transplantes no Brasil, que tem hoje ao menos 42 mil pessoas

Por Anahi Zurutuza | 02/05/2024 13:55
Equipe trabalhando no centro cirúrgico para dar coração novo a primeiro paciente na retomada dos transplantes em 2020 (Foto: Santa Casa/Divulgação)
Equipe trabalhando no centro cirúrgico para dar coração novo a primeiro paciente na retomada dos transplantes em 2020 (Foto: Santa Casa/Divulgação)

No primeiro mês de validade do documento digital que certifica oficialmente a vontade da pessoa em ser doador de órgãos, 40 registros foram feitos nos cartórios de Mato Grosso do Sul. No Brasil, foram 4.447 registros.

A Aedo (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos) passou a ser disponibilizada pelos cartórios de notas do Estado e outros cerca de 8 mil no país há um mês. O certificado fica disponível em plataforma para o acesso dos profissionais de saúde de todo o Brasil, que tem pelo menos 42 mil pessoas na fila por transplantes. Atualmente, mais de 500 crianças aguardam por um novo órgão.

De acordo com dados públicos do Sistema Nacional de Transplantes, no ano passado, 3 mil morreram à espera de um órgão.

A formalização da vontade de doar órgãos por meio de um documento oficial é feita de forma on-line e gratuita diretamente no site www.aedo.org.br.

“Completamos um mês de Aedo, uma iniciativa de extrema importância para avançarmos no compromisso de toda a sociedade com a doação de órgãos. Então, quem deseja doar seus órgãos após a morte não deve deixar de registrar eletronicamente esse desejo, para que seus familiares tenham ciência disso e possam concluir essa vontade. Um procedimento simples, mas que ajuda a salvar vidas”, destacou o presidente da seção sul-mato-grossense do CNB (Colégio Notarial do Brasil), Elder Gomes Dutra.

Regulamentada pelo Provimento nº 164/2024 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a Aedo pode ser consultada via CPF do falecido, pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde diretamente na Central Nacional de Doadores de Órgãos.

Para fazer a autorização, o interessado preenche um formulário no site www.aedo.org.br, que é recepcionado pelo Cartório de Notas selecionado. Em seguida, o tabelião agenda uma sessão de videoconferência para identificar o interessado e coletar a sua manifestação de vontade. Por fim, o cidadão e o notário assinam digitalmente o documento.

O acesso à página pode ser feito a qualquer dia ou horário, por qualquer dispositivo com acesso à internet. Na plataforma, a pessoa pode ainda manifestar quais órgãos deseja doar – medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos.

A lei brasileira autoriza a doação em caso de morte encefálica, mas a família do doador precisa autorizar a retirado dos órgãos para fins de transplantes. Por isso, é importante deixar familiares cientes. Agora, com a Aedo, a manifestação de vontade fica registrada dentro de uma base de dados acessada pelos profissionais da área, que terão em mãos a comprovação do desejo do falecido para apresentar aos familiares no momento do óbito.

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