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Cidades

Operação também mira 2 desembargadores aposentados e 7 filhos de magistrados

Desde cedo, cerca de 200 agentes da PF estão nas ruas; Receita participa da operação

Por Maristela Brunetto | 24/10/2024 08:51
Policial federal realiza buscas em casa de um dos alvos da operação Ultima Ratio (Foto: Divulgação)
Policial federal realiza buscas em casa de um dos alvos da operação Ultima Ratio (Foto: Divulgação)

A operação Ultima Ratio, desencadeada hoje por policiais federais para cumprir mandados expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), inclui dois desembargadores aposentados e nove advogados. Desde cedo, cerca de 200 agentes estão nas ruas em Campo Grande, Cuiabá, São Paulo e no Distrito Federal. A informação divulgada é que se trata de Divoncir Schreiner Maran e Julio Roberto Siqueira Cardoso, aposentados recentemente.

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A Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal, visa combater crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no Judiciário de Mato Grosso do Sul. A operação, desdobramento da "Mineração de Ouro", investiga a venda de decisões judiciais, extorsão e falsificação de documentos. Entre os alvos, estão dois desembargadores aposentados, nove advogados, um procurador de Justiça e cinco desembargadores do TJMS, incluindo o presidente da corte. Foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, além de medidas como afastamento de cargos e uso de tornozeleira eletrônica.

A reportagem apurou que entre os advogados investigados nessa fase estão filhos de desembargadores: Rodrigo e Renata Pimentel, Marcus Vinícius Machado Abreu e Ana Carolina Abreu, além de Camila Bastos Batoni, filha de Alexandre Bastos e vice-presidente a OAB. Outro é Fábio Castro Leandro, filho do desembargador aposentado Paschoal Leandro, que não faz parte da lista de suspeitos. O último é Divoncir Schreiner Maran Junior – é advogado e filho do desembargador já afastado anteriormente,  Divoncir Schreiner Maran.  A reportagem tentou contato com todos, mas não obteve retorno.

Cinco desembargadores do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) foram afastados por 180 dias, por determinação do ministro do STJ Francisco Falcão e há informação de que tenha sido determinado o uso de tornozeleira eletrônica por alvos da operação. Os afastados são o presidente do TJ, Sérgio Fernandes Martins; Sideni Soncini Pimentel, eleito na semana passada para assumir o comando da Corte em fevereiro do ano que vem; Marcos José de Brito Rodrigues; Vladimir Abreu e Alexandre Aguiar Bastos.

Uma equipe da PF foi logo cedo no escritório que pertence a Rodrigo Pimentel, filho de Sideni. A OAB/MS mantém membros da Comissão de Prerrogativas acompanhando o cumprimento de mandados. Ao todo, foram expedidos 44 para busca e apreensão.

Um procurador de Justiça também estaria no alvo dos policiais federais. Segundo nota oficial da corporação, as condutas investigadas envolvem delitos de corrupção, com supostas vendas de decisões judiciais; lavagem de dinheiro; organização criminosa; extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.

A operação desta quinta-feira (24) é desdobramento da "Mineração de Ouro", deflagrada em 2021, para apurar prática de crimes no TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado). Já havia três conselheiros afastados: Waldir Neves, Ronaldo Chadid e Iran Coelho das Neves. A nova decisão do STJ afasta, também, o conselheiro Osmar Domingues Jeronymo e um sobrinho dele, Danillo Moya Jeronymo, nomeado no TJMS.

Além da sede do TJ, a reportagem também acompanhou a movimentação de agentes da Polícia e Receita Federal em escritório de advocacia na região do Parque dos Poderes e no condomínio Damha, região leste da Capital.

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