Para fugir do tumulto, famílias antecipam homenagens de finados
Data de tributo a entes queridos enterrados em cemitérios acontece nesse sábado (2)
Para fugir do tumulto, famílias anteciparam as homenagens de finados nos cemitérios da Capital. A data de tributo aos entes queridos acontece nesse sábado (2), mas filhos, mães, pais, tios, primos e avós se reúnem para limpar os jazigos antes e deixar tudo pronto para o dia. Alguns aproveitam para visitar os parentes falecidos antes que os locais fiquem lotados.
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Para fugir do tumulto do Dia de Finados, muitas famílias em Campo Grande optaram por antecipar as homenagens aos entes queridos nos cemitérios da capital. A tradição de visitar os túmulos e realizar a limpeza dos jazigos antes do dia 2 de novembro se tornou uma forma de garantir um momento mais tranquilo e menos cheio, além de possibilitar uma visita mais demorada aos familiares falecidos. A prática, que já se tornou um hábito para muitos, revela o carinho e a lembrança que os familiares nutrem pelos seus entes queridos, perpetuando assim uma tradição familiar ao longo das gerações.
É o caso do pedreiro Jefferson São Luiz, de 42 anos. Ele levou o pai e a mãe com 86 e 78 anos, respectivamente, no Memorial Park, na manhã desta sexta-feira (1º). Ao todo eles visitaram cinco cemitérios. Ele comenta que está acompanhando os pais por estarem debilitados e possuírem dificuldade de se locomover. Deixar de ir aos locais na data está fora de cogitação, já que a ação é tradição na família.
“Optamos por fazer a peregrinação nos cemitérios um dia antes porque é mais tranquilo e tem menos tumulto. Saímos de casa às 5h, fomos ao Santo Amaro e depois percorremos outros cemitérios. Estamos visitando diversos familiares e amigos. Ano passado não conseguimos vir porque meus pais estavam doentes, mas essa é a tradição da família há anos”.
Ainda no local, Simone Caetano, de 52 anos, visitou junto à irmã, Lina Martim, de 79 anos, os familiares no cemitério. Para elas irem um dia antes, é melhor até para achar vaga de estacionamento. O hábito de vir antes é anual.
“Há muito tempo a gente tem a tradição de vir um dia antes do feriado, e tem diversos familiares enterrados neste cemitério. É pelo carinho que a gente tem pelos pais da gente, com os parentes, para lembrar de quem já foi. A gente está triste, mas sempre viemos no dia de finados e também em outros dias ao longo do ano para lembrar dele”.
No cemitério Municipal Santo Antônio, Juliana Kanashiro Mota, de 49 anos, comenta que foi visitar a mãe, falecida há 48 anos, logo após o nascimento dela. Nesta manhã ela estava fazendo a limpeza do jazigo da mãe. Há muitos anos a tarefa, que hoje ficou a cargo dela e da tia, era feito por terceiros.
“Antigamente a gente pagava uma pessoa para fazer essa limpeza, mas quando chegava aqui o túmulo não estava muito limpo. Então a gente decidiu fazer essa limpeza nós mesmos. Eu sou cristã católica e a gente tem esse hábito de rezar pelas almas que já foram. É um costume que adquiri da minha avó e que perpetua ao longo das gerações”.
Ela acrescenta que pretende passar o costume da filha adolescente. “Ela não vem, mas quem sabe um dia ela comece”.
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