Até corte de árvore famílias fazem em cemitérios públicos esquecidos
É possível encontrar vidros quebrados, até caixão exposto e sepultura que virou depósito de entulho
A poucos dias do feriado de Finados, celebrado dia 2 de novembro, famílias já estão realizando a manutenção dos túmulos de seus entes queridos. Para garantir que os jazigos estejam limpos, familiares têm rastelado e até cortado galhos de árvore. Equipes da Prefeitura de Campo Grande também trabalham, mas é possível encontrar vidros quebrados e até caixão entre sepulturas.
RESUMO
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A dois dias do Dia de Finados, famílias se preparam para a data, realizando a manutenção dos túmulos de seus entes queridos nos cemitérios de Campo Grande. Apesar do trabalho de limpeza realizado pela Prefeitura, alguns cemitérios apresentam problemas como túmulos violados, vidros quebrados e até mesmo um caixão enferrujado, evidenciando a necessidade de maior atenção à conservação dos locais. A reportagem do Campo Grande News visitou os cemitérios Santo Amaro, Santo Antônio e Cruzeiro, constatando a dedicação de familiares em cuidar dos túmulos, enquanto equipes da Prefeitura realizavam a limpeza e manutenção dos espaços.
O representante comercial Jânio Coelho, de 52 anos, teve de ir dois dias ao cemitério Cruzeiro para conseguir realizar a manutenção do túmulo onde está sepultada a sua mãe e o seu pai. “Já é a segunda vez [que vai ao cemitério], porque essa árvore estava tudo aqui, aí eu vim e cortei e agora é só passar pano de novo”, explicou enquanto rastelava em volta do jazigo.
Jânio ainda relata que se preocupa com a sepultura ao lado, que começou a abrir. “A preocupação é isso, o túmulo aberto. Esse aqui já tinha caído, mas eles taparam e agora abriu ali. E a enxurrada vem e para tudo”, conta.
Para fugir da multidão que deve visitar seus entes, Jânio realizará sua visita amanhã, mas antes, ainda irá realizar a limpeza do túmulo dos seus avós, que estão em outro cemitério. “Nessas épocas eles [funcionários da prefeitura] vem e trabalham, colocam até caçamba para jogar entulho. Eles estão realizando manutenção, eu vi eles passando, mas lixo é o que não falta”.
No cemitério Santo Amaro, com ajuda da sobrinha Marlene Diehl, de 86 anos, limpava o túmulo onde estão seus pais e seu segundo marido. “Eu venho aqui só quando é para limpar e em Dia de Finados, porque eu sou evangélica e não sou muito de cemitério”, explica.
Marlene ainda relata estar satisfeita com a manutenção que está sendo realizada no cemitério por equipes da prefeitura. Apesar do elogio, o túmulo de seus entes já foi alvo de ladrões, que levaram as placas que estavam com os nomes de seu pai, mãe e marido.
“Eu não abandono não, minha sobrinha também vem e cuida. Se deixar abandonado é capaz deles virem aqui e venderem, e isso eu não quero, porque aqui ainda tem um lugarzinho para mim”, explica.
Tereza Kohazura, de 79 anos, também esteve no cemitério para limpar a capela que há no túmulo de seus sogros. A idosa também relata que o sepulcro já foi alvo de vândalos. “Já quebraram a porta a muito tempo atrás, esse ano também quebraram o vidro”, relata.
Conservação - Durante as visitas do Campo Grande News aos cemitérios Santo Amaro, Santo Antônio e Cruzeiro, a reportagem encontrou equipes da prefeitura realizando a limpeza dos locais. Foi possível observar que a grama estava sendo cortada, as árvores sendo podadas e pinturas sendo realizadas.
Dos três cemitérios municipais, o que possuía o maior número de pessoas trabalhando era o Santo Antônio. O local também foi o mais limpo e com o maior número de túmulos conservados. Porém, ainda foram encontrados jazigos deteriorados pelo abandono ou por vândalos.
Em contrapartida, o Santo Amaro foi o cemitério onde foram encontrados maior número de túmulos violados. Em um deles havia um caixão de metal enferrujado, enquanto outro estava completamente tomado por entulho.
Por todo o cemitério foi possível encontrar capelas sob túmulos com vidros e vasos quebrados, jazigos com placas com o nome das pessoas sepultadas furtadas e sepulcros sendo destruídos por troncos e raízes de árvores.
No Cruzeiro, o número de pessoas trabalhando era menor, comparado aos outros dois cemitérios. Apesar disto, o local estava limpo, restando apenas entulho retirados de capelas sob túmulos que foram violados.
A reportagem também encontrou várias capelas que tiveram os vidros quebrados e portas arrombadas, além de túmulos sendo danificados por árvores. Em uma área calçada, foi possível observar o início de deterioração. Através dos buracos desta área era possível enxergar vários sacos.
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