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Cidades

Parece doença do passado, mas não é; confira causas e tratamentos da tuberculose

Apesar de ser tratável, tuberculose é uma das principais causas de óbitos em todo mundo

Karine Alencar | 17/11/2022 06:30
Mulher tossindo com a mão sobre a boca. (Foto: Kísie Ainoã)
Mulher tossindo com a mão sobre a boca. (Foto: Kísie Ainoã)

Para alguns, ouvir a palavra 'tuberculose' pode até soar como uma doença do passado, mas a enfermidade é problema de saúde pública atual, requer diagnóstico médico, tratamento e até mesmo prevenção, já que pode atingir crianças a partir de 12 anos.

Segundo a médica pneumologista Ana Marques, o combate da doença deve começar na primeira semana de vida da criança, com o imunológico BCG, já que ainda não existe uma vacina indicada para a fase adulta.

Apesar dos tabus que rondam a tuberculose, a especialista enfatiza que a doença pode atingir qualquer pessoa e o tratamento pode ser feito em casa. "Antes a tuberculose afastava os doentes do convívio familiar e social, hoje graças à ciência é uma doença com tratamento e é curável, o processo é feito no seio da família. Após 15 dias a maioria não transmite mais o bacilo, um alerta, repito, é não ter medo da doença e sim de não procurar atendimento", destaca ela.

Ainda conforme a Ana Marques, é importante que o tratamento seja regular, com acompanhamento médico e com duração de, no mínimo, 6 meses. "É um procedimento gratuito e todo trabalhador com diagnóstico de tuberculose tem direito à licença médica", conclui.

No último ano- Dados do boletim divulgado pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) de 2022, revela que Mato Grosso do Sul está entre os 11 estados brasileiros cujos coeficientes de incidência de tuberculose por 100 mil habitantes em 2021 superaram o do País (34,9 casos por 32,0 no Brasil).

Em Campo Grande, de 2017 a 2021, o coeficiente de incidência de tuberculose foi de 53,3 por 100 mil habitantes, valor acima do coeficiente do Estado e quase quatro vezes superior ao proposto pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que é de 10 para cada 100 mil habitantes.

Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), a população que vive em situação de vulnerabilidade, moradores em situação de rua e privados de liberdade, são os mais vulneráveis a contraírem a doença.

Transmissão- A tuberculose é propagada pelo ar, a partir do espirro e também ao falar, quando a pessoa com a doença lança as partículas que contêm bacilos.

Prevenção- Uma das formas de se proteger contra a tuberculose é a vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin), que combate as formas graves da doença, como a tuberculose miliar e meníngea. O imunológico é aplicado em crianças do nascimento aos cinco anos.

Entre os cuidados, se destaca a importância em manter os ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar, além de proteger a boca ao tossir e espirrar.

Sintomas- Os principais sintomas estão associados à tosse seca ou acompanhada de secreção por mais de três semanas, e que também evoluam para tosse com pus ou sangue. Há ainda, sintomas como febre baixa, geralmente no período da tarde, suor noturno, falta de apetite, cansaço e dores pelo corpo.

Diagnóstico- Para detectar a doença, é necessário procurar ajuda médica. Esse diagnóstico é feito por exame clínico, como o teste rápido molecular e cultura, radiografias, biópsias e tomografias.

Como tratar- Já o procedimento de cura é realizado através do Sus (Sistema Único de Saúde). Em Campo Grande, a recomendação da Sesau é que o paciente vá até uma UBS (Unidade Básica de Saúde), passe pela consulta e, depois, seja encaminhada, se necessário, a um hospital.

Nesta quinta-feira (17), é celebrado o Dia Nacional do Combate à Tuberculose, a fim de alertar e conscientizar a população do quanto a doença é grave e merece ser assistida através de tratamento médico.

Apesar de ser curável e evitável, a tuberculose é uma das principais causas de óbitos em todo o mundo, com 1,3 milhão de óbitos em 2020.


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