Policiais são suspeitos de escoltar droga que saiu de MS até favela carioca
Motorista pegou caminhão com 16 toneladas de maconha próximo à antiga rodoviária de Campo Grande
Quatro policiais civis da DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas) do Rio de Janeiro e um advogado foram presos por tráfico de drogas, nesta quinta-feira (19), durante a Operação Drake, da PF (Polícia Federal) e Ministério Público. Eles são suspeitos de escoltar um caminhão que saiu de Campo Grande (MS) com 16 toneladas de maconha até uma favela carioca.
A polícia apontou que na manhã do dia 6 de agosto, o motorista foi até um posto de combustíveis em Campo Grande para pegar o caminhão frigorífico e seguir ao Rio. Neste posto, um homem apareceu informando que o caminhão ainda estava sendo carregado. Então, levou o motorista até um hotel, ao lado da antiga rodoviária, no centro da Capital, e só à noite, com o caminhão pronto, o motorista saiu com destino à cidade carioca.
Em Lavrinhas (SP), ele foi abordado pelos policiais da DRFC, que desembarcaram de um Corolla caracterizado e pediram a nota fiscal da carga. O condutor respondeu que estava levando carne, mas os agentes afirmaram que a denúncia dizia que se tratava de maconha. Foi então que um dos policiais entrou na cabine e permaneceu até o Rio.
Na cidade de Piraí, o caminhão foi novamente abordado, mas dessa vez, pela PRF. O carona do Corolla apresentou distintivo policial, disse que o motorista do caminhão estava preso e então conseguiram liberação para seguir o trajeto. De lá, seguiram até a cidade da polícia, onde foi feita a negociação com um advogado para a liberação da carga e do motorista do caminhão, mediante propina.
Após, o caminhão foi levado para Manguinhos, comunidade vinculada à principal facção criminosa do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho, sendo escoltado por duas viaturas da DRFC. A comunidade fica próxima à cidade da polícia. Após três horas de descarga da maconha, o motorista foi liberado e escoltado por dois mototaxistas até a saída da favela.
No retorno, o caminhão foi novamente interceptado pela PRF na Rodovia Presidente Dutra, em SP. Ele apresentou nota fiscal com destino a Niterói, mas disse que descarregou no Rio de Janeiro, levantando suspeita nos policiais. Também contou sobre a escolta dos agentes e então, cães farejadores da PRF detectaram resquícios de droga no caminhão.
Investigação - A investigação que levou à prisão dos agentes de polícia nesta quinta-feira teve início em ação integrada do serviço de inteligência da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PF, ainda em agosto.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Resende (RJ). Foram vistoriados endereços ligados aos envolvidos e até a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, que fica na Cidade da Polícia - onde houve a negociação.
Os presos são os policiais Alexandre Barbosa da Costa Amazonas, Eduardo Macedo de Carvalho, Renan Macedo Villares Guimarães e Juan Felipe Alves da Silva, além do advogado Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão.
O nome da operação Drake remete ao pirata e corsário inglês Francis Drake que saqueava caravelas que transportavam material roubado e se julgava isento de culpa em razão da origem ilícita dos bens.
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