Problema na videoconferência adia júri de acusado de esquartejar vítima
O réu, Jean Albert Lemes, está com covid e teria interrogatório transmitido, mas houve falha e juiz cancelou sessão
O julgamento de Jean Albert da Silva Jara Lemes, conhecido como “556” foi adiado após problemas técnicos ocorridos durante divulgação do interrogatório dele, por videoconferência, na sessão de ontem (6).
Lemes é um dos acusados de participar do esquartejamento de Alex Mohd Jabe, 36 anos, assassinado em uma das sessões do “Tribunal do Crime” promovido pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), em dezembro de 2018.
A defesa do acusado havia tentado adiar o julgamento depois que o réu foi diagnosticado com covid-19, pois a intenção é que a participação dele fosse presencial. O juiz titular da 1ª Vara do Júri, Dr. Carlos Alberto Garcete de Almeida, no entanto, negou o pedido. Para o magistrado, além de expor inúmeros pessoas a risco, o réu podia ser ouvido e acompanhar a sessão por videoconferência sem qualquer prejuízo para sua defesa.
Porém, a sessão teve de ser encerrada por conta de instabilidade no
sistema. O juiz iria mostrar aos jurados, por videconferência, o interrogatório prestado pelo réu na fase processual. Após quatro tentativas com queda no sinal da unidade da Gameleira nova, onde Jean Albert está preso, o juiz encerrou a sessão.
A nova data ainda não foi designada.
O crime – o corpo de Alex Jahbe foi encontrado dentro de um tubo de captação de água próximo a um condomínio de luxo localizado na BR 262. De acordo com a tese do Ministério Público, o homem teria sido capturado no dia 27 de dezembro de 2018 e mantido em cativeiro por integrantes do PCC, em razão de comercializar drogas tanto com a referida facção, quanto com a rival, Comando Vermelho.
A vítima teria se encontrado com um dos acusados no bairro Maria Aparecida Pedrossian para acerto de dívidas por drogas, mas foi capturado e feito prisioneiro por um dia. Ele foi levado para dois esconderijos diferentes até ser submetido ao “tribunal do crime” e receber a “pena” de decapitação.
Seis envolvidos na execução foram identificados pela polícia, mas só três foram considerados suspeitos pelo juiz. Além de Jean, foram denunciados Adriano de Lima, Carlos Eduardo da Cruz Feniano. Os dois últimos ainda serão julgados.