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Cidades

Quadrilha integrada até por policiais é alvo de operação

Policiais federais saíram às ruas para cumprir 72 ordens judiciais, de prisão e de busca e apreensão

Por Dayene Paz | 20/06/2024 11:59
Arma, celulares e munições apreendidas em operação. (Foto: Divulgação)
Arma, celulares e munições apreendidas em operação. (Foto: Divulgação)

A Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) do Espirito Santo, com o apoio da Receita Federal, deflagrou a Operação Mosaico, nesta quinta-feira (20), para desarticular quadrilha de traficantes de drogas e armas, em Mato Grosso do Sul e outros nove estados brasileiros. Até policiais faziam parte da quadrilha.

São cumpridos 72 mandados judiciais, sete são de prisão preventiva e 65 de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de São Mateus, no Espirito Santo, em endereços dos estados de Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará e Bahia.

Também foi determinado judicialmente ordens para bloqueio de contas de investigados até o limite de mais de R$ 184 milhões, bem como sequestro de nove imóveis, 21 veículos e três motos aquáticas.

Investigação - As apurações começaram em dezembro de 2021, após a Operação Quinta Roda, da Polícia Federal, ocasião em que ocorreu uma grande apreensão de cocaína destinada ao estado do Espírito Santo. "Após o compartilhamento de provas, na investigação foi descoberto organização criminosa instituída por diversas pessoas com foco no tráfico de drogas, armas, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro", diz nota da Receita Federal.

Posteriormente, o caso foi levado para a Ficco, que identificou vários núcleos criminosos. "Os dois principais investigados se dedicavam ao tráfico de armas e drogas. Há, também, atuação na falsificação de documentos públicos, especialmente na confecção de carteiras de identidade ideologicamente falsas para foragidos da justiça e pessoas integrantes do grupo criminoso", descreve a nota.

Celulares e dinheiro apreendido em operação. (Foto: Divulgação)
Celulares e dinheiro apreendido em operação. (Foto: Divulgação)

Os recursos financeiros adquiridos com o crime eram lavados por meio de empresas de fachada, investimentos em imóveis, carros de luxo, com utilização de pessoas laranjas. "Durante as investigações, foram identificadas diversas negociações de armas de fogo e drogas, sendo algumas, inclusive, objeto de flagrantes em ações da PRF e de polícias de outros estados".

A organização criminosa contava com o apoio de policiais, funcionários de cartórios e de outros órgãos públicos. Inclusive, essas pessoas vazaram informações antecipadas sobre a investigação.

"O auxílio de agentes públicos corrompidos se mostrou importante para a atividade criminosa, na medida em que algumas ações policiais foram vazadas antecipadamente, mandados de busca deixaram de ser cumpridos adequadamente, documentos ideologicamente falsos foram confeccionados, informações sigilosas de bancos de dados públicos foram passadas para criminosos, movimentações de presos dentro do sistema prisional foram encomendadas, além de diversas outras ações decorrentes dos desvio de conduta dos servidores".

Os investigados poderão responder por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico de drogas, tráfico interestadual de drogas, organização criminosa, corrupção, comércio ilegal de arma de fogo e falsificação de documentos públicos.

A Ficco é composta por integrantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Espírito Santo, Polícia Civil do Espirito Santo, Guardas Civis de Vitória, Vila Velha, Serra e Viana-ES e Secretária de Segurança Pública do Espírito Santo.

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