Se livrando de tornozeleira até com alicate de unha, presos são recapturados
Rompimento de dispositivo eletrônico motivou retorno para presídios
Posta em xeque na esteira do novo coronavírus, em que muitos presos foram para casa com monitoramento eletrônico, a tornozeleira também motivou o retorno para a cadeia. Liberados para prisão domiciliar por ser grupo de risco para a covid-19, há até recapturado que cortou o dispositivo com alicate de unha.
Preso por roubo com reféns na Vila Margarida, Fernando de Franca Martins, 33 anos, rompeu a tornozeleira e foi recapturado em 8 de abril após denúncia anônima.
Condenado por furto qualificado, Dionne Henrique Silva de Jesus, 29 anos, cortou a tornozeleira com alicate de unha em 23 de março e a descartou numa área de vegetação em Indubrasil. No dia seguinte, se apresentou à Polícia Civil em Miranda.
Colocada em prisão domiciliar para preservar a saúde, Elaine Crivelari da Silva, 43 anos, esteve por doze vezes fora da área pré-determinada e, numa das oportunidades, ficou mais de quatro horas fora do domicílio. Depois, em 22 de abril, rompeu o dispositivo. Condenada por tráfico de drogas, ela foi recapturada no dia seguinte, sendo levada ao presídio feminino Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande.
Em prisão domiciliar, Luiz Felipe Souza Alves, 24 anos, deu entrada em 16 de abril na penitenciária de Naviraí. Ele havia rompido a tornozeleira eletrônica. A condenação de Luiz Felipe é por tráfico de drogas, sendo flagrado com 600 quilos de maconha.
Conforme divulgado pelo Campo Grande News no último dia 7, 120 presos do regime fechado trocaram a cela por prisão domiciliar na Capital por conta da pandemia.
Condenados e presos à espera de julgamento por crimes graves, como estupro e homicídio, não receberam benefício. Nos regimes aberto e semiaberto, foram mais de 1,2 mil pessoas, conforme dado da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário).