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Cidades

“Só no Brasil”, diz secretário sobre novo protocolo da cloroquina

Medida editada pelo Ministério da Saúde alterou protocolo para o medicamento e ampliou possibilidade para tratamento de covid-19

Izabela Sanchez | 20/05/2020 10:13
O médico Geraldo Resende, secretário estadual de saúde (Imagem: Reprodução/Facebook)
O médico Geraldo Resende, secretário estadual de saúde (Imagem: Reprodução/Facebook)

O Ministério da Saúde editou nesta quarta-feira (20) novo protocolo para ampliar o uso da cloroquina e hidroxicloroquina - medicamentos aplicados ao tratamento da malária – para ao tratamento de quadros de covid-19 no Brasil. O secretário de saúde de Mato Grosso do Sul, o médico Geraldo Resende, disse que ainda não leu o documento na íntegra, mas criticou o que chamou de “politização da cloroquina” e comentou que traz prejuízos ao enfrentamento da pandemia.

Agora, com a normativa do Ministério – sem titular da pasta, após o Nelson Teich pedir demissão depois de 27 dias como ministro – o medicamento também pode ser utilizado para pacientes com sinais e sintomas leves da infecção causada pelo novo coronavírus.

O medicamento ganhou os holofotes depois que o presidente dos Estados Unidos, o empresário Donald Trump, defendeu publicamente o uso para tratar covid-19 e, nesta semana, declarou que ele mesmo está fazendo uso do medicamento. Desde então o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) passou a integrar o campo de defesa da cloroquina e o exército começou a produzir o medicamento.

Associada também aos problemas cardíacos, com alteração no ritmo dos batimentos, não há consenso na comunidade científica ou evidências, até agora, de que a cloroquina funcione para tratamento de covid-19. É o que pontua Geraldo Resende.

“Sabia que eles iam lançar [novo protocolo], mas quero ler com mais calma. É um medicamento que está sendo utilizado, já que ainda não há medicamento próprio para o tratamento em lugar nenhum. Só que politizaram o uso aqui e nos EUA e não há evidência científica de melhoria utilizando”, citou o secretário.

Resende classificou a defesa do medicamento “como ruim”. “Cada macaco no seu galho, os médicos são treinados para salvar vidas, agora autoridade jurídica querendo ditar uso de medicamento”, comentou.

“Realmente só no Brasil. Está uma confusão generalizada, precisamos despolitizar a covid como um todo, e despolitizar a cloroquina e os medicamentos que a cada dia aparecem”, criticou.

Secretário municipal de saúde em Campo Grande, o médico José Mauro de Castro também disse ainda não ter avaliado o protocolo e comentou que pretende enviar para análise da equipe técnica da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) “para ver a viabilidade”.

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