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Cidades

Traficantes usam novas rotas e apreensões de cocaína crescem 362% em MS

Nos últimos anos, PRF tem apreendido mais cocaína em regiões de fronteira com o Paraguai

Guilherme Correia | 08/03/2023 13:23
Apreensão de cocaína feita pela PRF com cão farejador. (Foto: Divulgação PRF)
Apreensão de cocaína feita pela PRF com cão farejador. (Foto: Divulgação PRF)

A quantidade de cocaína apreendida pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Mato Grosso do Sul teve um aumento de 106%, na comparação entre 2021 e 2022. Foram 10,7 toneladas no ano passado e 5,2 toneladas no ano anterior. A comparação dos últimos cinco anos é ainda mais expressiva, resultando em aumento de 362% - em 2017, foram 2,2 toneladas.

Segundo o agente da PRF Tercio Baggio de Alencar, novas tecnologias têm ampliado as formas de apreensões e fiscalizações de drogas, por parte da corporação. Ainda assim, segundo ele, o aumento do mercado consumidor e produtor também pode ser uma das causas, bem como a utilização de novas rotas, sobretudo as que envolvem a região de fronteira com o Paraguai.

O aumento de apreensões se deve ao aperfeiçoamento da fiscalização, por parte da PRF, consequência do aumento do efetivo, uso de novas tecnologias e investimentos recebidos", afirma Tercio Baggio.

Ele ressalta que a cocaína apreendida em Mato Grosso do Sul costuma ser produzida na Bolívia, o que exige passar pelo município de Corumbá, distante 428 quilômetros de Campo Grande. “É mais comum que a droga apreendida aqui tenha, na sua maioria, sido produzida na Bolívia com ingresso via Corumbá, Paraguai - Ponta Porã e região - e Mato Grosso”.

Entretanto, ele observa que há um aumento no fluxo desse produto por meio de Ponta Porã, distante 313 quilômetros da Capital, município que faz fronteira direta com o Paraguai. “Antigamente, era raro cocaína via Ponta Porã. Atualmente, está um pouco mais comum, por ser uma região com mais vias de acesso que Corumbá”.

A apreensão de maconha, no entanto, reduziu em 2022 - passando de 240,7 toneladas para 206,5 toneladas. Em 2020, houve o ápice nas apreensões, com 393 toneladas, mas no ano anterior, foram 120.

Em uma das maiores apreensões feitas em 2022, foram encontrados 607 quilos de cocaína em Terenos, a cerca de 30 quilômetros de Campo Grande. Em depoimento, o motorista admitiu que tinha pegado a carga em Corumbá e iria até São Paulo. Entretanto, diversas outras apreensões foram feitas em municípios da região fronteiriça com o Paraguai.

Em setembro, uma carreta que transportava carne suína foi encontrada com mais de 500 quilos da droga pela PRF em Dourados, na BR-163, e também iria até o estado paulista. No mesmo mês, em Caarapó, também na região, havia 457 quilos de cloridrato de cocaína, que vinha de Paranhos e também tinha origem paraguaia.

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