Umidade relativa do ar melhora, mas continua bem abaixo da ideal na Capital
Em Campo Grande, os níveis não ultrapassam os 21%, se mantendo bem abaixo do recomendado
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta vermelho para Mato Grosso do Sul nessa sexta-feira (23) por conta dos baixos níveis da umidade. Segundo o instituto, no Estado, os níveis mínimos chegarão aos 12%.
Segundo o meteorologista Natálio Abrahão, da Estação Meteorológica do Tempo da Uniderp, Campo Grande deve ficar na casa dos 21% nos próximos dias. Na última terça-feira (20), Costa Rica e Cassilândia registraram impressionantes 7% e 8% de índice, respectivamente, figurando entre as dez cidades com umidade mais baixa do País.
Todos os anos, com a chegada das longas estiagens, chegam também os problemas respiratórios, principais responsáveis pelo aumento na procura de atendimento médico nas Unidades de Saúde da Capital. Como ainda estamos em meio à pandemia, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande), não dá para precisar o aumento real de pessoas buscando atendimento por conta de efeitos da baixa umidade, isso porque os sintomas apresentados por esses pacientes são muito parecidos aos de pacientes com covid-19. “Em anos normais, as inalações servem como um indicador para atendimentos de pessoas com problemas como bronquite e asma, na pandemia isso não é possível”, explicou a assessoria da pasta.
Nas farmácias, dispararam as vendas de medicamentos para tratar sintomas trazidos pela secura. “Cresceu muito a procura por antialérgicos, xaropes para tosse, inaladores e umidificadores de ar”, explicou a atendente de farmácia Kelly Cristina, de 21 anos.
O farmacêutico Eduardo Rezende Curcio, 38, explica que, a baixa umidade provoca ressecamento da mucosa nasal, causando ardência e espirro. “Essa irritação acaba passando para as vias respiratórias e essa falta de hidratação é também uma porta de entrada para vírus. Há indicação médica, inclusive, para que seja feita lavagem diária dessas vias com solução fisiológica, com soro”, explica ele.
Receita seguida a risca pela autônoma Karina Cortez, 35, mãe de duas meninas e que não descuida da hidratação das vias aéreas das pequenas. “Sempre lavando com soro, os narizinhos das crianças e os nossos também e o umidificador para melhorar a qualidade do ar, pelo menos dentro de casa”, diz.
Há ainda quem, na falta de um umidificador elétrico, recorra às receitas da vovó, aos umidificadores raiz. “Sofro muito nesse tempo, quando tá muito ruim eu coloco uma toalha úmida no quarto, uma bacia de água, ajuda”, pontua a administradora Lina Firmino, 38.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o nível de umidade ideal para a saúde humana está entre 50% e 60% e, segundo orientação do Ministério da Saúde, diante do surgimento de sintomas, procure um médico e evite a automedicação.