A quatro meses da Copa, as belezas do Estado ainda não atraíram turistas
Faltando apenas quatro meses para o início da Copa do Mundo no Brasil, a notícia não é tão animadora para o turismo no Estado. A maioria dos hotéis e agências de turismo em Campo Grande e no interior não recebeu ainda reservas para o período.
A esperança era de que, apesar da Capital não ter sido escolhida para ser sede da Copa, os atrativos, como Pantanal e Bonito, pudessem atrair turistas brasileiros e estrangeiros.
Alguns até acham que ainda é cedo para avaliar, porém, o discurso é unânime: o movimento será inexpressivo.
“Mesmo que durante o evento tenha movimento, será muito pequeno, nada expressivo. As pessoas não vão se distanciar muito de onde vão assistir aos jogos”, disse o auxiliar administrativo do hotel Tapera, em Bonito, Salvio José dos Santos, 36 anos. Até agora, nenhuma reserva para a época do mundial foi feita.
Para a proprietária da agência de turismo Condor, em Campo Grande, Isa Insuelo, os pacotes ficaram na “mão” de poucas operadoras, ou seja, agências que adquiriram ingressos para os jogos vão oferecer amplas opções aos clientes. “O movimento será muito pouco para as agências daqui”, avalia.
No hotel Zagaia, um dos mais requisitados de Bonito, por enquanto a movimentação para o período da Copa ainda nem existe, segundo o responsável pela Central de Reservas, Alessandro Oliveira.
Oliveira, disse que os turistas deverão aproveitar para conhecer os locais próximos de onde irão assistir aos jogos.
“Eles já vão estar com hotel pago, com tudo pago, não vão para longe. Dos que vão para Cuiabá, quase ninguém deverá vir para cá. Quem for para lá vai conhecer o Pantanal que tem lá”.
Entre os turistas, apenas 5% são estrangeiros, segundo Oliveira.
O consultor de vendas da empresa de turismo Premier, em Campo Grande, acredita que a previsão possa ser um pouco melhor. “Até o momento não teve nenhum movimento nesse sentido, mas queremos acreditar que será diferente”.
Segundo ele, pelo menos para os turistas brasileiros, janeiro pode ser cedo para avaliar. “Tem muita gente viajando, as pessoas só começam a retornar no dia 25. Então, pode ser que mais pra frente tenhamos alguma reserva”, diz esperançoso.
Parecendo ser exceção, no Novotel, na Capital, um grupo de 28 casais de São Paulo já fez reserva para o período da Copa. A gerente de contas, Keila Carriço, 31 anos, lembra ainda que uma operadora internacional já procurou o hotel solicitando o preço das tarifas em dólar.
“Na maioria dos casos, a solicitação de reserva é feita com dois meses de antecedência, a não ser que seja um grupo grande. Por isso, acho que em março talvez a gente já possa ter mais alguma coisa, eu espero".
O turismo no Estado se pergunta se a decepção de perder a vaga como sede para a capital do Mato Grosso, será ainda mais amarga.
Oportunidade- Mas para quem não depende de turista, a Copa do Mundo no Brasil pode ser uma chance de fazer novos negócios ou estreitar a relação com clientes internacionais.
A empresa Ecomáquinas, que exporta equipamentos para fabricação de tijolos de forma sustentável, vai usar as belezas do Estado para atrair os clientes estrangeiros.
“Vamos aproveitar para trazer os clientes até à indústria, onde ele vão conhecer nossas instalações. É uma forma de divulgar”, disse a diretora comercial Mariluce Marques.
A empresa vai levar 30 empresários, que estarão no país no período da Copa, para conhecer Bonito e também o Pantanal. “Todos os passeios e o hotel serão pagos por nós. Estamos fazendo até um site específico para isso”.
Há 10 anos no mercado e exportando para 47 países, a empresa quer ampliar ainda mais a lista de clientes internacionais. “Isso serve para atrair novos empresários, com certeza”.
Por enquanto, empresários de cinco países já confirmaram a visita à empresa, Romênia, México, Peru, Argentina e Cabo Verde .