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Cidades

Advogado diz que defesa agirá após avaliação psiquiátrica de lutador

Kleber Clajus | 21/04/2015 19:38
Equipe de médicos deve avaliar situação psiquiátrica e toxicológica de lutador nesta quarta-feira (Foto: Divulgação)
Equipe de médicos deve avaliar situação psiquiátrica e toxicológica de lutador nesta quarta-feira (Foto: Divulgação)

A defesa do lutador Rafael Martinelli Queiroz, 27 anos, solicitou laudo psiquiátrico para determinar estratégias diante do surto psicótico que resultou na morte do engenheiro eletricista Paulo Cézar Oliveira, 49 anos, no Hotel Vale Verde, em Campo Grande. O crime ocorreu no sábado (18).

Conforme o advogado de defesa, Darguim Julião Vilhalva Júnior, o lutador deve ser avaliado por equipe médica multidisciplinar, nesta quarta-feira (22), com exames de clínica geral, psiquiátrico e toxicológico.

“É notório que está com instabilidade mental, tanto que não foi ouvido no flagrante e ainda não tratamos sobre o crime com ele. Somente após o laudo [desses profissionais] vamos traçar a estratégia de defesa”, pontuou Darguim, que atua em conjunto com a advogada Fábia Zelinda Fávaro.

Rafael permanece detido em uma cela do Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos). Ele estaria há cinco dias, de acordo com o advogado, sem utilizar dois tipos de antidepressivo e remédios para emagrecer. Também não se recorda do que ocorreu no hotel e chora quando questionado sobre a morte do engenheiro eletricista.

Uma das preocupações do lutador, desde o momento do crime, era informar a família e a agência de viagens em que trabalha, em Valparaíso (SP), sobre seu paradeiro. Já sobre outros acessos de violência, Darguim confirma que familiares, namorada e colegas de trabalho são unânimes em dizer que ele “não tem esse perfil de agressividade”.

Caso – O lutador veio a Campo Grande para competir em um evento no Círculo Militar, do qual foi desclassificado por não ter comparecido no momento da disputa. Ele então retornou, por volta das 20h, para o Hotel Vale Verde.

De acordo com o boletim de ocorrência, na mesma noite Rafael teria se revoltado com a namorada Carla Maiara de Medeiros Dias, de 24 anos, por ela revelar que sua gravidez era resultado de outro relacionamento. A discussão deu espaço à agressões, tendo a jovem conseguido fugir e se refugiar na recepção do estabelecimento.

No que a defesa considera um surto psicótico, o lutador fez buscas pela namorada destruindo a porta dos quartos, câmeras de segurança, sensores de presença, extintores e até mesmo o forro de gesso.

Ao verificar o que estava acontecendo, Paulo Cézar acabou espancado até a morte com cadeiradas pelo lutador que possui 140 quilos, ante os 70 quilos do engenheiro eletricista que havia se hospedado no quarto 216 duas horas antes.

Pelo crime, Rafael vai responder por homicídio qualificado (por motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima), lesão corporal dolosa no âmbito da violência doméstica (por ter atacado a namorada), por dano qualificado (destruição do hotel) e resistência (pois na primeira abordagem tentou evitar sua prisão).

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