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Cidades

Brasil está preparado para substituir médicos cubanos, afirma Temer

MS deve perder 110 profissionais, conforme dados do Ministério da Saúde

Luciano Nascimento, da Agência Brasil | 16/11/2018 20:34
Campo Grande perdeu 6 médicos cubanos do sistema de saúde. (Foto: Arquivo)
Campo Grande perdeu 6 médicos cubanos do sistema de saúde. (Foto: Arquivo)

O presidente Michel Temer reforçou nesta sexta-feira (16) a informação de que o o governo brasileiro está tomando providências necessárias para preencher as vagas abertas com a saída dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos.

Em Mato Grosso do Sul o número de médicos cubanos corresponde a metade dos profissionais que atuam por meio do programa – 205 no total, segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde). Cerca de 110 profissionais devem deixar o Estado.

Em entrevista coletiva após participar de uma sessão de debates da 26ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, na Guatemala, Temer disse que o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, está tomando providências para abrir vagas para médicos brasileiros.

"Estamos preparados para, imediatamente, colocar… [substitutos] e não só fazer concursos. Já falei com o ministro Gilberto Occhi com vistas à contratação de médicos para suprir a eventual falta dos médicos, falta dos médicos cubanos”, afirmou.

Nesta sexta-feira (16), o Ministério da Saúde informou que publicará, ainda neste mês, um edital para contratar profissionais brasileiros para preencher 8.332 vagas deixadas pelos cubanos. A expectativa do ministério é que os médicos brasileiros selecionados na nova etapa comecem a trabalhar nos municípios imediatamente após a seleção, o que deve ocorrer ainda neste ano.

O governo de Cuba anunciou, na última quarta-feira (14), a retirada de seus profissionais do programa, por não aceitar as novas exigências impostas aos médicos do país. Criado em 2013, no governo Dilma Rousseff, o programa tem o objetivo de levar assistência médica às periferias e às mais distantes regiões brasileiras.

Aumento para o STF
Temer falou também sobre o aumento para os ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovado pelo Congresso Nacional e que aguarda sanção presidencial. Perguntado se já teria tomado posição sobre o aumento, o presidente disse que está analisando a questão e que mandou fazer um estudo econômico sobre o impacto do reajuste nos cofres públicos.

“Estou examinando, é claro, e sempre vem uma coisa, que não pode haver, digamos, um agravo econômico, ou seja, uma perda econômica, não só para a União Federal, como para os estados federados. Portanto, estou mandando primeiro fazer uma avaliação de natureza econômica – tenho mais tempo para sancionar ou vetar, para decidir mais para adiante”, acrescentou.

Ao ser perguntado sobre a indicação do diplomata Ernesto Araújo para o cargo de ministro das Relações Exteriores, no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, Temer respondeu que não tinha muitas informações a respeito, mas elogiou a escolha, dizendo que tinha ouvido falar muito bem do escolhido.

“O presidente eleito está se esmerando em receber, em escolher nomes da melhor qualidade, da melhor suposição. Essa questão – se vai haver mudança ou não – eu confesso que não estou acompanhando. E, mais uma vez, digo: 'é uma decisão do presidente eleito'”, ressaltou.

Um pouco antes, Temer participou da primeira sessão de chefes de Estado e de Governo da 26ª Cúpula Ibero-Americana. Em seu discurso, o presidente disse que está trabalhando para que o processo de transição com a equipe de Jair Bolsonaro, para que o novo governo “siga trabalhando de maneira responsável”.

“O Brasil teve [recentemente] suas eleições superiores, onde vimos a eleição de um novo governo e sobretudo do novo presidente da República”, lembrou Temer. “Estamos passando agora por uma transição para que o novo governo possa conhecer de maneira muito branda e tranquila o que temos realizado, para que siga assim trabalhando de maneira responsável.”

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