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Capital

"Ele foi para matar", diz delegado sobre execução atrás de shopping

Irmã da vítima disse à polícia que atirador tem uma tatuagem semelhante a do ex-namorado do jovem

Adriano Fernandes e Maressa Mendonça | 21/12/2019 00:40
Delegado José Roberto de Oliveira Júnior é plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. (Foto: Marcus Maluf)
Delegado José Roberto de Oliveira Júnior é plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. (Foto: Marcus Maluf)

“Ele foi ali para matar o Eder”. A constatação é do delegado José Roberto de Oliveira Júnior, sobre o homem que matou Eder Henrique Coenga, de 27 anos, a tiros, nesta sexta-feira (20), no trecho sem saída da Rua Frederico Soares próximo ao Shopping Campo Grande.

A Polícia Civil já tem um suspeito para o crime, que pode ter motivação passional. Ao ver as imagens de uma câmera de segurança que flagrou a execução a irmã da vítima, 34, disse que o atirador tem uma tatuagem semelhante a do ex-namorado de Eder. 

As imagens também contrariam a versão dada inicialmente por vizinhos do local do crime. O suspeito estava a pé e fugiu em um veículo após o disparo e não de moto, conforme suspeitavam moradores. Testemunha disse ter ouvido dois disparos, mas Eder foi morto com apenas um tiro no peito, conforme o delegado.

“O Eder desce a rua a pé, sozinho, pouco depois o suspeito vai atrás. Houve uma conversa rápida, possivelmente um princípio de discussão. O autor atira e sai correndo”, descreve o delegado, que é plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. Aparentemente, ainda segundo José Roberto, vítima e suspeito de fato se conheciam.

Eder Henrique Coenga, de 27 anos. (Foto: Reprodução/Facebook)
Eder Henrique Coenga, de 27 anos. (Foto: Reprodução/Facebook)

“Não houve nenhum tipo de contato intimo. O autor foi ali para matar o Eder”, completa. Ao menos, preliminarmente estão descartadas as possibilidades do crime se tratar de um latrocínio (roubo, seguido de morte) ou homofobia. “Ele matou e imediatamente saiu correndo. Já temos um suspeito e, inicialmente, descartamos latrocínio ou crime de ódio. Num primeiro momento é tratado como crime passional”, esclarece José Roberto.

Ainda conforme o registro policial sobre o caso, no local do crime foi apreendido um par de chinelos, possivelmente do autor (tendo em vista que a vítima estava de tênis, uma corrente prata e com o celular). Esta noite, policiais militares do Choque que atenderam a ocorrência também mostraram para irmã de Eder o vídeo do momento da execução.

Segundo a familiar, ainda conforme o boletim de ocorrência sobre o caso, o atirador tem uma tatuagem na panturrilha direita, semelhante a que o ex-namorado de Eder possui. O homem, inclusive, teria um veículo Uno, branco, do mesmo modelo que aparece nas imagens da câmera de segurança que registrou o crime. Carro no qual o atirador fugiu.

A Polícia Civil ainda não confirmou se algum suspeito de envolvimento no crime foi preso. O caso deve ser encaminhado para a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios).

O crime - Eder Henrique Coenga foi morto com um tiro no peito por volta das 19h da noite desta sexta-feira (20), no trecho sem saída da Rua Frederico Soares atrás do Shopping Campo GrandeInvestigadores da Polícia Civil, policiais militares e do Batalhão de Choque estiveram no local. Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também foram acionados para a ocorrência. Eder também dava vida a drag queen Apollo Black, uma das mais queridas e experientes da cena LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) de Campo Grande.

Local onde o jovem foi executado esta noite. (Foto: Adriano Fernandes)
Local onde o jovem foi executado esta noite. (Foto: Adriano Fernandes)
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