"Ele foi para matar", diz delegado sobre execução atrás de shopping
Irmã da vítima disse à polícia que atirador tem uma tatuagem semelhante a do ex-namorado do jovem
“Ele foi ali para matar o Eder”. A constatação é do delegado José Roberto de Oliveira Júnior, sobre o homem que matou Eder Henrique Coenga, de 27 anos, a tiros, nesta sexta-feira (20), no trecho sem saída da Rua Frederico Soares próximo ao Shopping Campo Grande.
A Polícia Civil já tem um suspeito para o crime, que pode ter motivação passional. Ao ver as imagens de uma câmera de segurança que flagrou a execução a irmã da vítima, 34, disse que o atirador tem uma tatuagem semelhante a do ex-namorado de Eder.
As imagens também contrariam a versão dada inicialmente por vizinhos do local do crime. O suspeito estava a pé e fugiu em um veículo após o disparo e não de moto, conforme suspeitavam moradores. Testemunha disse ter ouvido dois disparos, mas Eder foi morto com apenas um tiro no peito, conforme o delegado.
“O Eder desce a rua a pé, sozinho, pouco depois o suspeito vai atrás. Houve uma conversa rápida, possivelmente um princípio de discussão. O autor atira e sai correndo”, descreve o delegado, que é plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. Aparentemente, ainda segundo José Roberto, vítima e suspeito de fato se conheciam.
“Não houve nenhum tipo de contato intimo. O autor foi ali para matar o Eder”, completa. Ao menos, preliminarmente estão descartadas as possibilidades do crime se tratar de um latrocínio (roubo, seguido de morte) ou homofobia. “Ele matou e imediatamente saiu correndo. Já temos um suspeito e, inicialmente, descartamos latrocínio ou crime de ódio. Num primeiro momento é tratado como crime passional”, esclarece José Roberto.
Ainda conforme o registro policial sobre o caso, no local do crime foi apreendido um par de chinelos, possivelmente do autor (tendo em vista que a vítima estava de tênis, uma corrente prata e com o celular). Esta noite, policiais militares do Choque que atenderam a ocorrência também mostraram para irmã de Eder o vídeo do momento da execução.
Segundo a familiar, ainda conforme o boletim de ocorrência sobre o caso, o atirador tem uma tatuagem na panturrilha direita, semelhante a que o ex-namorado de Eder possui. O homem, inclusive, teria um veículo Uno, branco, do mesmo modelo que aparece nas imagens da câmera de segurança que registrou o crime. Carro no qual o atirador fugiu.
A Polícia Civil ainda não confirmou se algum suspeito de envolvimento no crime foi preso. O caso deve ser encaminhado para a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios).
O crime - Eder Henrique Coenga foi morto com um tiro no peito por volta das 19h da noite desta sexta-feira (20), no trecho sem saída da Rua Frederico Soares atrás do Shopping Campo Grande. Investigadores da Polícia Civil, policiais militares e do Batalhão de Choque estiveram no local. Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também foram acionados para a ocorrência. Eder também dava vida a drag queen Apollo Black, uma das mais queridas e experientes da cena LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) de Campo Grande.