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Capital

“Levaram um pedaço de mim”, diz pai de menina espancada por colegas

As agressoras, segundo a polícia, são duas adolescentes de 14 anos e uma criança de 10 anos, que estuda no quarto ano

Viviane Oliveira e Geisy Garnes | 06/12/2018 12:15
Pai (de camisa azul) saindo da delegacia, onde foi registrar o caso, amparado por amigos (Foto: Geisy Garnes)
Pai (de camisa azul) saindo da delegacia, onde foi registrar o caso, amparado por amigos (Foto: Geisy Garnes)

Em choque e chorando muito, o caminhoneiro Carlos Roberto Costa de Souza, 40 anos, afirma que as agressoras usaram as mochilas para espancar a filha dele, Gabrielly Ximenes de Souza, 10 anos, que morreu nesta manhã na Santa Casa em decorrência dos ferimentos. “Elas levaram um pedacinho de mim. Esse pedacinho nunca vai cicatrizar”, diz.

A agressão aconteceu no dia 29, na saída da aula, fora da Escola Lino Villachá, que tem mil alunos. As estudantes, segundo a Polícia Civil, são duas adolescentes de 14 anos e uma criança de 10 anos, que estuda no quarto ano do ensino fundamental, na mesma turma da vítima.

Segundo Carlos, a briga começou no recreio, quando a garota de 10 anos chamou a mãe de Gabrielly de prostituta. As duas se desentenderam, a menina puxou o cabelo da vítima e prometeu acertar as contas na hora da saída. A briga foi a cerca de 100 metros das escola localizada na Rua Haroldo Pereira, no Bairro Nova Lima.

O pai, que mora no entorno, foi avisado da confusão e chegou pouco depois que as meninas já haviam deixado o local. No mesmo dia, o caso chegou a ser registrado na polícia. “Estava chovendo. Encontrei minha filha deitadinha no chão. Ela disse que não estava sentindo as perninhas”, relata.

A criança foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa, onde ficou internada, passou por vários exames e foi liberada no dia seguinte. Ela continuou reclamando de muita dor na virilha e retornou ao hospital na tarde de ontem (5). Depois de novos exames, os médicos encontraram coágulo na virilha da paciente, que foi submetida à cirurgia na região do quadril mas sofreu parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Segundo o pai, durante as agressões as meninas diziam que queriam deixar Gabrielly aleijada. "Isso é muito dolorido para um pai. Não tem nada mais importante que os filhos. Infelizmente ela não ficou aleijada. Foi morar com Deus". Carlos tem 3 filhos. Gabrielly era a do meio. O corpo da menina foi levado para o  Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e deve ser liberado ainda hoje. 

Por envolver adolescentes e crianças, os nomes das agressoras são preservados por imposição do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). O caso será investigado pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude). 

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