"Maior dificuldade é morar embaixo de lona", diz morador de favela
Transferência de barracos não seria suficiente para resolver situação das famílias
As primeiras oito famílias retiradas da favela Cidade de Deus, no bairro Dom Antônio Barbosa, chegaram na tarde desta segunda-feira (7) ao terreno doado pela Prefeitura de Campo Grande no Vespasiano Martins. A situação, no entanto, não soluciona totalmente o problema, segundo moradores. “Estou feliz por ganhar um lote, mas decepcionado por ter de erguer e viver em um barraco”, disse o montador de móveis Maike Silva.
Assim que chegaram, os moradores, cerca de dez pessoas, se apressaram em erguer os barracos antes de escurecer ou de uma chuva cair, e mal tiveram tempo de conversar com a equipe de reportagem. Aos poucos, os móveis e outros objetos eram organizados próximos ao lote, de 200 metros quadrados, que iriam ocupar.
Os barracos estavam sendo erguidos com lonas e cordas, doadas pela Prefeitura, na manhã desta segunda. Equipe do Executivo municipal permaneceu no local durante todo o dia, e disse que a meta é colocar 50 famílias no espaço.
O terreno, que compreende dois quarteirões, já tem uma rua no meio e um ponto de água potável. A energia elétrica foi ligada até o poste, mas só pode ser puxada quando os barracos estiverem erguidos.
Outra dificuldade relatada pelos moradores é o solo permeável. Segundo eles, basta uma leve escavação para encontrar água no local.
As famílias serão cadastradas e terão crédito para financiar materiais de construção e assim erguer as edificações, informou a prefeitura na tarde de hoje. Também foram disponibilizadas duas tendas e dois banheiros químicos, caso os moradores precisem durante a primeira noite.