Abaixo-assinado cobra mudanças e rigor em rede de proteção após caso Sophia
Registro com mais de 16,4 mil assinaturas foi entregue aos órgãos competentes nesta terça (17)
Quatro entidades receberam, nesta terça-feira (17), pedido do MCRIA (Fórum Permanente pela Vida de Mulheres e Crianças de Mato Grosso do Sul) com abaixo-assinado de 16,4 mil assinaturas solicitando mudanças e melhorias nos protocolos de atendimento e de investigação sobre omissões no atendimento de casos de violência e maus-tratos, como os que tiraram a vida da pequena Sophia Ocampo, aos 2 anos.
O primeiro ofício foi protocolado no Ministério Público Estadual, no Parque dos Poderes, e depois na Defensoria Pública, Corregedoria da Polícia Civil e Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
No documento, a entidade pede que se investigue e esclareça sobre a adequação dos órgãos de proteção, seus protocolos de atendimento, fluxo de comunicação entre eles, condições de trabalho e capacitação dos servidores e quais medidas foram adotadas após as falhas no atendimento à menina Sophia.
Ativista pelos direitos de mulheres e crianças, a advogada Maria Cristina Ataíde reforça que a morte da menina Sophia escancarou falhas na rede de proteção. "A Sophia foi levada 31 vezes para a UPA [Unidade de Pronto Atendimento], numa escalada de violência. Esse pai fez uma via-crúcis: Conselho Tutelar, Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente, Defensoria Pública, Ministério Público e Justiça. Todo mundo falhou", disse.
A petição, que teve 16,4 mil assinaturas, foi aberta por Igor de Andrade Silva Trindade, pai afetivo e companheiro de Jean Carlos Ocampo, pai biológico de Sophia na Change.org. Segundo ele, o abaixo-assinado é um apelo para que a sociedade e o poder público olhem com mais atenção para as crianças. "Elas precisam de proteção, apoio e de um sistema que realmente funcione para garantir sua segurança. Não podemos continuar esperando que crimes irreparáveis, como o assassinato da minha filha, aconteçam para que algo seja feito", afirma.
“Enquanto cada órgão da rede de proteção não cumprir suas obrigações, não instituir protocolos claros de atendimento e encaminhamento e não preparar adequadamente seus profissionais, será inútil julgar apenas os que maltratam e matam diretamente. É necessário que cada autoridade cumpra suas responsabilidades, não se omita e aja em tempo hábil para salvar as crianças em situação de perigo. E, se não o fizerem, que sejam responsabilizados e punidos por sua negligência”, afirma trecho do abaixo-assinado.
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