Abalada, família lamenta que filhos não puderam se despedir da mãe morta por ex
Filhos foram esfaqueados ao tentar defender a mãe e continuam internados na Santa Casa
Hoje o dia é de despedida para os familiares de Geni da Costa Reis dos Santos, de 56 anos, assassinada pelo ex-marido, Silço Donizeti Mendes Barboza, 55, na noite de sexta-feira (23), em Campo Grande. Os filhos dela, Tatiana Brum, 29 anos, grávida de oito meses, e Jadson Brum, 25, que também foram esfaqueados ao tentar defender a mãe, continuam internados na Santa Casa.
"Está muito dolorido. A gente está tentando absorver tudo que está acontecendo, os dois estão lá internados e não puderam nem se despedir da mãe", lamentou o genro de Geni, Douglas Brito, marido de Tatiana. O velório acontece no Cemitério Monte das Oliveiras, localizado na Avenida Guaicurus.
Segundo a comunicação da Santa Casa, Tatiana segue internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), consciente, orientada, respirando sem auxílio e em uso de medicações. O bebê está estável. Jadson também está na UTI, consciente, orientado, respirando sem auxílio e em uso de medicações. Ele realizou novos exames laboratoriais e de imagem.
O caso - Geni foi morta na casa dos filhos, na Rua Verdes Mares, no Jardim Tarumã, com cerca de sete facadas e uma delas, no pescoço, que quase a degolou. Após o feminicídio, Silço ainda esfaqueou os filhos dela e fugiu com um Chevrolet Corsa, de cor vinho. No meio do caminho, o carro colidiu contra uma carreta na BR-163 e pegou fogo. Silço morreu.
Segundo a delegada Rafaela Brito Sayao Lobato, a principal hipótese é de que o autor foi tirar satisfação com a vítima e chegou portando uma faca. Aparentemente ele teria discutido na frente da residência com o filho de Geni e conseguiu entrar na casa de forma forçada. Mesmo ferida, Tatiana conseguiu acionar os policiais, mas Silço já tinha fugido. Os dois irmãos também foram socorridos à Santa Casa.
Um dia antes de ser assassinada Geni registrou boletim de ocorrência contra Silço. Ela contou que ao se negar a manter relação sexual foi ameaçada de morte: “Vou te matar, vou por fogo na casa, vou matar todos da sua família, você não vai ver seu neto nascer, desta noite você não passa. Você vai me pagar caro", disse. Ainda, o autor ofendeu Geni com palavras de baixo calão.
Ela contou que viveu maritalmente com Silço por três anos. Os dois filhos de Geni eram de outro relacionamento. Na delegacia, Geni disse que estava abalada psicologicamente, se sentia sufocada e refém do ex. Ainda revelou que temia pela sua vida, de seus familiares e pediu medida protetiva de urgência, mas não tinha intenção de representar contra ele.