Acusado de assédio em presídio volta ao serviço e revolta mulheres
Defesa aponta que abraço foi mal-entendido e que agente “não oferece perigo nenhum”
Endereço dos presos mais perigosos do Brasil, a penitenciária federal de Campo Grande vive clima de tensão, entre o público feminino, pela volta ao trabalho de servidor denunciado por assediar funcionária da limpeza.
O caso de importunação sexual foi levado à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) em 29 de outubro do ano passado. A funcionária, de 19 anos, contou que fazia a limpeza do banheiro quando o agente federal de execução penal, de 48 anos, foi ao local e tentou agarrá-la.
Conforme reclamação encaminhada ao Campo Grande News, o servidor retornou ao trabalho no último dia 13. “O retorno deixou as mulheres com medo e assustadas, principalmente as contratadas. Várias já reclamaram da conduta abusiva dele para seus superiores”, diz a denunciante, que pediu para não ser identificada. Ainda segundo ela, o agente faz piada sobre o caso de importunação sexual. “Daí junta com o fato dele ter arma, dar cursos de armamento e tiro privados, causa muito medo”.
De acordo com o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), “os fatos relatados são objeto de apuração em processo disciplinar de conteúdo sigiloso em trâmite na corregedoria-geral”.
Já o inquérito sobre a denúncia de importunação sexual foi remetido em março deste ano pela Deam para o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). A reportagem aguarda informação se houve indiciamento.
A defesa do agente federal de execução penal informa que ele é inocente da acusação e retornou ao trabalho porque o limite de afastamento é de 60 dias.
De acordo com o advogado Eriko Silva Santos, o servidor disse à funcionária que iria lhe dar uma tintura para os cabelos. Na sequência, ela o abraçou na porta do banheiro. A cena foi vista por uma colega, que a orientou a fazer denúncia. “Deu um abraço nessa menina. Ele daria um presente para o cabelo dela. Ele não oferece perigo nenhum”.